São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995 |
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Traficante é morto por policiais em operação em praia de Niterói
SERGIO TORRES
A versão policial é a de que, no tiroteio, Robinho matou o detetive Sérgio Wanick, da DRE (Divisão de Repressão a Entorpecentes) da Polícia Civil. Robinho e Wanick morreram em uma casa em Piratininga, praia de Niterói. Logo que souberam da morte, moradores do morro do Cavalão -reduto de Robinho- passaram a apedrejar carros que estavam perto da favela, em Icaraí, (zona sul de Niterói). O 12º BPM (Batalhão de Polícia Militar) enviou 60 homens ao local. O morro foi invadido. Onze suspeitos de atuar no bando de Robinho foram cercados por PMs na trilha entre o Cavalão e o morro Souza Soares. Segundo a DRE, a ação que resultou no ataque ao Cavalão começou de madrugada, com o cerco à casa 47 da rua Alódio dos Santos (Piratininga), onde estavam Robinho, sua mulher, o filho do casal, de um ano, e um homem que fugiu. Durante meia hora teria havido uma negociação entre a mulher -presa mais tarde e cujo nome não havia sido divulgado até o fim da tarde- e policiais. A mulher teria jogado duas armas pela janela, como prova de que não haveria resistência à polícia. Os policiais disseram ter acreditado que Robinho aceitara se entregar e entraram na casa. Eles contaram que, do quarto dos fundos, Robinho passou a atirar com um fuzil contra a polícia. Baleado na cabeça, pernas e braços, o detetive morreu na hora. Robinho morreu logo após, atingido por dezenas de tiros disparados por policiais em seu corpo todo. Apesar da ocupação da favela, membros da quadrilha conseguiram chegar à rua Joaquim Távora (Icaraí) e mandaram os comerciantes fechar as lojas em luto pela morte de Robinho. "O que posso fazer? Se não fecho me matam hoje mesmo", disse à Folha um lojista que não se identificou. Chefe da ação da PM no morro do Cavalão, o tenente-coronel Wander Angelito de Oliveira festejou a morte dos dois supostos criminosos ocorridas na favela. "Ótimo! Ótimo!", gritou o oficial ao ser informado de que os atiradores do helicóptero da polícia tinham matado os dois homens. Oliveira é o subcomandante do 12º BPM, sediado em Niterói. Exultante estava também o capitão Márcio Medeiros, que avisou Oliveira sobre as mortes: "Coronel, tem dois vagabundos 'quebrados' (mortos) lá em cima". (ST) Texto Anterior: Sequestro de estudante completa 4 dias em MG Próximo Texto: Violência cresce após início da Operação Rio 2 Índice |
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