São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995
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Professores estaduais encerram greve

DA REPORTAGEM LOCAL

Os professores e funcionários da rede estadual de São Paulo decidiram às 16h30 de ontem voltar ao trabalho depois de 34 dias em greve. Eles aceitaram proposta mediada por uma comissão de deputados que fixa o piso salarial (para 20 horas/semana) em R$ 200,00.
A assembléia, na praça da República (centro de SP), foi tumultuada por manifestantes que atiraram ovos e tomates podres no presidente da Apeoesp (sindicato dos professores), Roberto Felício.
O grupo, liderado por Antônio Justino -da Apeoesp de Diadema e do grupo independente Coletivo dos Trabalhadores da Educação-, é contra a suspensão da greve.
Justino assumiu em discurso que foram professores que atiraram ovos no governador Mário Covas em Carapicuíba (SP) em 21 de abril. "Covas é um mentiroso. Fomos nós que jogamos ovo nele", disse. Na data, o governador negou que o ataque tinha partido dos professores.
A proposta aceita pela maioria da assembléia (que reuniu cerca de 5.000 pessoas) foi formulada em reunião anteontem, que contou com a presença do secretários do Trabalho, Walter Barelli, e da Educação, Rose Neubauer.
Segundo Felício, em contato telefônico às 11h de ontem, Barelli disse que Covas deu "sinal verde", acatando os termos.
O aumento do piso para R$ 200,00 não inclui os funcionários administrativos. Eles receberão apenas R$ 141,00.
Pela proposta, não serão descontados os dias parados e os professores se comprometem a repor as aulas, inclusive aos sábados e durante as férias de julho.
Foi definido o estabelecimento de uma data-base (mês para rediscutir os salários) da categoria para março ou abril.
Também foi acertado o início dos trabalhos de uma comissão para rediscutir a carreira e política salarial a longo prazo.
Professores e governo vão discutir ainda como fica a diferença salarial entre os níveis do magistério. A diferença histórica de 5% pode cair para 2% ou 3% por causa dos abonos.
Um dos motivos para o término da greve foi a queda na adesão. Segundo Felício, apenas 16% da categoria estava parada.

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