São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ações lideram investimentos em abril

FIDEO MIYA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de seis meses consecutivos de baixas, em abril as ações voltaram à liderança do ranking de rentabilidade dos investimentos do mercado financeiro.
O Índice Bovespa, que espelha o desempenho das ações mais negociadas na principal Bolsa de Valores do país, a de São Paulo, fechou o mês com uma valorização de bruta de 28,02%, ou seja, sem desconto do Imposto de Renda.
O ouro e os diversos tipos de dólar (comercial, paralelo e turismo), que lideraram o ranking de março, foram os piores investimentos em abril.
Depois das ações, as melhores aplicações do mês passado foram as de renda fixa (atreladas às taxas de juros).
Todas registraram rendimentos reais, ou seja, acima da inflação do mês, que variou de 1,92% a 2,44%, de acordo com os principais índices divulgados até agora.
O CDB prefixado dos grandes investidores foi a segunda melhor aplicação, com uma rentabilidade líquida (já descontado o Imposto de Renda na Fonte) de 4,00%.
Para efeito de comparação com as demais aplicações, a taxa do CDB foi ajustada para o período de 17 dias úteis de abril.
A poupança foi a terceira melhor aplicação, com uma rentabilidade líquida de 3,98%.
Comparado com o IPC-r (1,92%), o rendimento real (acima da inflação) da poupança foi de 2,02% no mês, que equivale à taxa anualizada de 27,14%, elevadíssima em qualquer lugar do mundo.
Durante o mês de abril, as taxas de juros registraram quedas, favorecendo as aplicações prefixadas feitas no início do mês, como são os casos do CDB e da poupança.
Com uma diferença mínima de rentabilidade, os fundos de renda fixa (3,72% líquidos em média), de renda fixa DI (3,72%) e de commodities (3,64%) ficaram na quarta, quinta e sexta posições do ranking, respectivamente.
A sexta e a sétima melhores aplicações do mês foram, respectivamente, os fundos de curto prazo (rentabilidade líquida de 3,02% na média) e os fundões (2,96%).
A cotação do dólar comercial -negociado pelos exportadores e importadores- teve uma valorização de apenas 1,89%. No mercado paralelo, a moeda norte-americana subiu apenas 0,55%, enquanto o dólar turismo registrou uma desvalorização de 0,55%.
A cotação do ouro na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), atrelada ao preço do dólar turismo, subiu apenas 0,18% em abril.
Tendências
A valorização das Bolsas de Valores ocorreu de forma mais acentuada e consistente após o vencimento dos contratos de opções no dia 17. De lá para cá, o Índice Bovespa subiu 22,50%.
Como houve uma pequena melhora no volume de negócios à vista, os analistas acreditam que o mercado de ações já bateu no fundo do poço e que a tendência é de alta no médio e longo prazo, salvo algum novo desastre no cenário nacional ou internacional.
Entre outubro de 94 e março de 95, o Índice Bovespa registrou uma baixa acumulada de 45,68%, despencando dos 54.840 para os 29.789 pontos.
Para o diretor da Fair Corretora, Alberto Alves Sobrinho, os efeitos negativos da alta das taxas de juros internacionais, da crise do México e da confusão causada pelo Banco Central na mexida cambial de março deste ano já estão incorporados nas cotações atuais.

Texto Anterior: PIB dos EUA cresce 2,8%
Próximo Texto: BC intervém em companhia de Rondônia
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.