São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995
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Taxas de juros caem com medidas do CMN; Curto prazo; Empréstimos; No exterior; Bolsas; Bolsas no exterior; Câmbio contratado; No exterior; Futuros

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Taxas de juros caem com medidas do CMN
Analistas consideram que investimentos em ativos de risco são boa opção; Bovespa negocia R$ 235 milhões
As taxas de juros caíram por causa das medidas de restrição ao crédito adotadas na quinta-feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O juro negociado na Bolsa Mercantil e de Futuros (BM&F), que serve de referência paras as taxas que serão praticadas em junho, fechou ontem em 4,54% ao mês.
No dia anterior, a taxa para o mês de junho estava cotada na BM&F em 4,59%.
A explicação é que vai haver menos dinheiro na economia para financiar o consumo porque os bancos terão menos espaço para escapar do compulsório.
Assim o governo não vai precisar aumentar os juros no mercado primário -que já estão bastante altos- para conter a inflação.
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem em baixa de 0,96%, registrando volume de negócios de R$ 235,5 milhões. O mercado à vista negociou R$ 199,0 milhões.
Operadores acreditam que a queda das cotações nos últimos dias se deve ao aumento das ofertas de vendas. Investidores que lucraram com a alta da Bolsa no mês que querem realizar seus lucros.
As medidas de restrição ao crédito adotadas pelo CMN foram bem recebidas por analistas do mercado por dois motivos.
Primeiro porque as medidas vão provocar queda das taxas de juros pagas pelos rendimentos de renda fixa. Isso faz com que os investimentos de risco fiquem mais interessantes aos investidores.
Segundo porque as medidas devem dar ao governo maiores condições de manter a estabilidade dos preços -manter assim a credibilidade do Plano Real-, que hoje está ameaçada.
Os juros pagos pelos Certificados de Depósitos Bancários, com prazo de vencimento de 31 dias, ficaram ontem em 56,2% ao ano, com rendimento bruto de 3,91% ao mês.

Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,1780%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 7,35% ao mês, com rendimento de 4,2505% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,72% ao mês, com rendimento de 4,2319 % no mês.
As cadernetas que vencem dia 1º rendem 3,9840%. CDBs prefixados de 31 dias negociados ontem: entre 33% e 56,5 % ao ano. CDBs pós-fixados de 122 dias: 14% ao ano mais TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 7,15% ao mês, com rendimento de 5,07024% no mês. Para dias (capital de giro): de 70% a 130% ao ano.
No exterior
Prime rate: 9% ao ano. Libor: 6,25%.
Bolsas
São Paulo: baixa de 0,96%, fechando com 38.137 pontos e volume financeiro de R$ 235,5 milhões. Rio: baixa de 1,5%, encerrando a 17.741 pontos e movimentando R$ 23,6 milhões.
Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.448,7 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 16.806,75 pontos.
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,917 (compra) e R$ 0,918 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,911 (compra) e por R$ 0,913 (venda). "Black": R$ 0,895 (compra) e R$ 0,905 (venda). "Black" cabo: R$ 0,905 (compra) e R$ 0,910 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,870 (compra) e R$ 0,910 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,62%, fechando a R$ 11,31 o grama na BM&F.
Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) neste mês acumulado até o dia 27 é positivo em US$ 394,71 milhões. As saídas financeiras superam as entradas de dólares em US$ 749,48 milhões. O saldo total está negativo em US$ 354,77 milhões.
No exterior
Segundo a "UPI", em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,6097. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3818 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 83,76 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 387,0.
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para maio fechou a 4,38% no mês e para junho a 4,54% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para junho ficou a 40.600 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para junho fechou a R$ 0,937 e a R$ 0,962 para julho.

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