São Paulo, sábado, 29 de abril de 1995
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Bispo argentino faz autocrítica por omissão

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O bispo católico argentino Jorge Novak pediu ontem "perdão a Deus e à sociedade", em nome da Igreja Católica, por omissões durante a ditadura militar (1976-83).
"Por nossa irresponsabilidade, por nossa covardia, por nossas omissões, por nossa cumplicidade", diz Novak em documento escrito como reação à onda de autocríticas militares pela violência na década de 1970.
"A igreja, na Argentina, e nós -que a constituímos- temos vários capítulos para confessar nossos pecados", disse o bispo da cidade de Quilmes (periferia da capital, Buenos Aires).
Na última terça-feira, o chefe do Exército argentino, o general Martín Balza, fez pronunciamento pela TV reconhecendo os erros dos militares durante a ditadura.
A atitude de Balza foi saudada pelo presidente Carlos Menem e pelo escritor Ernesto Sábato, que participou da comissão formada em 1983 para investigar os desaparecimentos durante a ditadura (estimados entre 9.000 e 30.000).
Durante o governo militar, as Forças Armadas argentinas promoveram um movimento de "caça" a supostos subversivos de movimentos guerrilheiros -como o dos Montoneros. O general Balza admitiu que muitas vezes os militares recorriam à tortura e até à "supressão da vida".
Setores da Igreja Católica argentina são acusados de ter colaborado com os militares.

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