São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Senador quer obra de R$ 5,7 mil para manter sigilo em seu gabinete

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Gilberto Miranda (PMDB-AM) pediu, em janeiro, que o Senado Federal contratasse uma empresa especializada para fazer o revestimento acústico do seu gabinete. A obra, que custaria R$ 5,7 mil ao Senado, será vetada pelo primeiro secretário, Odacir Soares (PFL-RO).
"Se a obra fosse autorizada para um gabinete, os outros senadores poderiam pedir a mesma coisa. Como há os gabinetes das lideranças partidárias e dos integrantes da Mesa Diretora, são no mínimo cem. O gasto poderia chegar a quase R$ 600 mil", diz Soares.
Miranda pediu a obra para "sanar deficiências de isolamento acústico do gabinete". Os funcionários afirmam que qualquer conversa mantida em uma das salas pode ser ouvida em todo o gabinete. Até a descarga do banheiro é ouvida na sala de espera.
A obra foi autorizada pelo diretor-geral Alexandre Dupeyrat. A administração do Senado chegou a distribuir cartas-convite para empresas interessadas no serviço, e a vencedora foi a Implante Engenharia de Acústica Ltda, com orçamento de R$ 5,7 mil.
Exatamente em frente ao gabinete de Miranda fica o gabinete de apoio do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
"O problema de falta de acústica é comum aos quatro gabinetes da ala Ruy Carneiro. Não há privacidade entre as salas", afirma Roberto Baere, chefe de gabinete de Sarney. (Raquel Ulhôa)

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