São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Polícia prende 3 pessoas armadas

AMAURY RIBEIRO JR.
HÉLCIO ZOLINI

AMAURY RIBEIRO JR.; HÉLCIO ZOLINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM UBERABA

Três pessoas armadas com revólveres calibre 22 foram presas ontem de manhã no parque de exposições Fernando Costa, em Uberaba.
Eles disseram à polícia ser seguranças profissionais contratados pela central Força Sindical. Os três foram presos pela Polícia Militar quando tentavam impedir uma manifestação de cerca de 200 militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Integrantes da CUT vieram de várias cidades do Triângulo Mineiro para protestar contra a reforma constitucional e pedir reforma agrária.
A Agência Folha entrevistou dez favelados de Belo Horizonte (MG), que compareceram a Uberaba convocados pela Força Sindical. Eles disseram ter recebido comida e dinheiro.
"Viemos em troca de comida, ônibus e R$ 10", afirmou o menino Prado Leite Vitor, morador da favela Cabana do Pai Tomás.
O secretário-geral da Força Sindical, Enilson Simões, o Alemão, disse que foram contratados por R$ 32 mil 16 ônibus para transportar sindicalistas do interior de São Paulo e Belo Horizonte para Uberaba.
Ele negou que tivesse contratado favelados e seguranças profissionais para engrossar a manifestação em apoio ao presidente.
Em depoimento prestado à Polícia Militar, os supostos seguranças disseram ter sido recrutados em Belo Horizonte para enfrentar os militantes da CUT em caso de eventual confronto.
"Estou doido para trombar com eles. Vamos ver quem é o dono da rua", afirmou Alemão.
O presidente da CUT-MG, Carlos Campos, afirmou que a entidade não foi a Uberaba para se envolver em confronto.
Segundo ele, se soubesse com antecedência que ficaria em inferioridade numérica, seria melhor a CUT não ter ido à cidade. "Foi a primeira e a última vez que eles nos pegaram", disse.
O confronto acabou não acontecendo devido à intervenção da Polícia Militar, que separou os dois grupos de manifestantes. Segundo a PM, 350 homens faziam a segurança do local.

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