São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Jogo pode virar uma doença

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

O psiquiatra José Alberto del Porto, 44, está acostumado a ver o simples hábito de jogar resultar em um transtorno mental chamado "jogo patológico".
"O jogo é muito semelhante ao vício da droga. O dependente precisa sempre aumentar a quantidade de apostas para aumentar a emoção. É uma espécie de vício sem droga", diz.
A dependência passa a ser considerada patológica "quando as consequências adversas do jogo começam a prejudicar a vida social ou profissional do jogador. Aí, ele precisa ajuda", diz.
O psiquiatra conhece um paciente que vendeu um apartamento para jogar. Outros, entram em casas de videopôquer às 14h e só conseguem sair de madrugada.
Del Porto é coordenador do ambulatório de distúrbios obsessivo-compulsivos (doc) da Escola Paulista de Medicina, que atende gratuitamente seus pacientes.
A observação no ambulatório indica que as máquinas de videopôquer espalhadas pela cidade estão na raiz da crise de seus pacientes. "Do jeito que as coisas estão, logo vão começar a aparecer os dependentes de bingo", diz. (MSy)

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