São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Jogo de hoje na Vila é uma temeridade

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Corinthians e Santos, na Vila Belmiro, sem dúvida, é uma temeridade.
Refiro-me, claro, à violência extracampo. Mas, como dizia Noel no velho samba, se a sorte ajudar e a polícia deixar, podemos ter um espetáculo eletrizante.
É bem verdade que Marcelinho-Corinthians não joga.
Logo, seu time haverá de sentir falta de suas faltas cobradas com precisão milimétrica e dose letal de veneno.
Confesso que não vi a última estilingada que o Moleque Travesso lançou na testa corintiana, quinta-feira, no Pacaembu.
Mas acho incrível um jogador ser expulso aos 2min de jogo.
Só se chupou a carótida do adversário e ainda por cima foi celebrar o feito junto com a torcida, babando sangue.
Mas sendo Godói o árbitro, nada me surpreende.
Em todo caso, o Corinthians terá o atacante Viola de volta, apesar de que isso não tem significado muita diferença nos últimos tempos.
Mais significativa é a volta de Souza, este sim fundamental na criação de jogadas para um ataque que parece não deslanchar neste campeonato.
Já o Santos poderá contar com Giovanni, que andou fazendo muita falta, posto tratar-se de um meia que inventa e conclui.
Enfim, mesmo não valendo nada, algo me diz que este jogo merecerá o título de clássico. O que não é pouco no futebol atual, convenhamos.
O Palmeiras, que anda acumulando só dissabores, resolveu ficar na muda.
Pega o União São João em casa com um time de segunda.
Motivo: poupar os titulares para a segunda partida da Taça Libertadores da América, contra o Bolívar.
Pode ser uma medida cautelar, como diriam os juristas.
Mas também pode ser uma agravante, ainda de acordo com os senhores da lei.
Pois a lei do jogo costuma ser vil e traiçoeira para os que desafiam a sorte.
Explico: o Palmeiras deu prioridade à Libertadores, um dos raros títulos vagos na sua galeria de glórias. Mas, já desclassificado da Copa do Brasil, corre o risco de não só cair fora da Libertadores como ainda por cima desandar no Campeonato Paulista.
E uma derrota nesta tarde diante do União São João, mesmo com o time reserva, haverá de atiçar ainda mais a fogueira das vaidades que ameaça transformar em cinzas o contrato entre Palmeiras e Parmalat, o que seria uma tragédia.

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