São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Jornalismo esquenta mercado brasileiro

MURILO GABRIELLI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O lançamento de novos canais especializados em notícias promete esquentar o mercado de TV por assinatura no segundo semestre.
TVA, Globosat e o Grupo RBS pretendem produzir canais com programação exclusivamente jornalística.
Além disso, em maio começa a ser distribuído pela Net o Telenotícias, canal em espanhol vinculado à agência de notícias britânica Reuters.
A apresentação oficial do canal aconteceu durante Brasil Link -feira de TV por assinatura, realizada no Rio entre os dias 18 e 20 de abril.
Já são exibidos no Brasil três canais de notícias: os norte-americanos CNN e NBC, e o mexicano Eco.
O Telenotícias tenta se diferenciar de CNN e NBC produzindo uma programação específica para os países da América Latina.
Os canais dos EUA, embora tenham notícias em espanhol, geralmente produzem material de maior interesse para seu público doméstico.
O presidente do conselho do novo canal, Enrique Jara, admite, porém, que o Telenotícias apresenta um outro problema comum a seus concorrentes: o teor pouco analítico.
"Estamos há cinco meses no ar. É uma deficiência que pretendemos corrigir."
O canal já conta com cerca de 20 milhões de telespectadores -nem todos assinantes, em algumas localidades ele vai ao ar em sinal aberto.
O Telenotícias pertence à Reuters, ao grupo argentino Artear, à TV por assinatura norte-americana Telemundo e à Antena 3, da Espanha. Sua sede é em Miami.
Durante a Brasil Link também foram discutidos os rumos da TV paga no país.
Os principais temas em questão foram a publicidade em canais pagos, a relação entre programação e distribuição, a utilização da Internet para serviços interativos e a entrada de novas tecnologias no mercado brasileiro.
A questão que levantou mais polêmica no seminário foi a separação entre programadoras e operadoras.
Antonio Carlos Barreto, diretor da HBO Brasil, acredita que o negócio de TV por assinatura só se desenvolverá no país quando as programadoras tiverem uma atuação independente, competindo em preço e qualidade pelo espaço nos pacotes oferecidos por qualquer operadora aos assinantes.
Já Walter Longo, diretor-superintendente da TVA -uma das sócias da HBO- defende tese segundo a qual a operadora deve continuar a possuir canais exclusivos, como diferencial competitivo.

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