São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995
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Mulheres apostam no estilo das 'peruas'

LUCIANO SOMENZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O carro comum de passeio não seduz mais as mulheres. Muitas delas preferem ir ao trabalho, às compras, pegar os filhos na escola e viajar a bordo de um veículo grande e robusto.
Para mulheres que gostam de aparecer -as "peruas"-, não há coisa melhor que jipões -na verdade, peruas de grande porte- e picapes.
Na revenda Nissan Ventura, 50% mais mulheres pediram informações este mês sobre esse tipo de veículo que em março, segundo o gerente de vendas Nídio Santos.
Na Practical, revenda Suzuki, 60% dos jipes Vitara são comprados por mulheres.
A apresentadora Xuxa nem pensa em trocar seu Chrysler Grand Cherokee 95 por um carro de passeio. "Eu me sinto mais segura dentro dele, e, por ser alto, os fãs podem me ver melhor", diz.
Ela não vê problema em andar em um veículo de aspecto "masculinizado". "Ele tem mais a minha cara. Às vezes as pessoas dizem que é bonito, mas não parece comigo; eu não ligo."
Xuxa disse que descobriu o prazer de dirigir carros robustos quando um amigo lhe ofereceu uma picape Ford F-1.000. "Eu tinha uns 17 anos na época e adorei."
A partir daí, conta, só guia carros grandes. "Enfrento buracos e inundações sem problemas. Até dou carona para as pessoas que estão paradas no trânsito."
A empresária Dorinha Zarzur, 41, também é proprietária de um Grand Cherokee. Ela deixa de lado seu Honda Civic para enfrentar o cotidiano com o Chrysler.
Outra adepta de veículos não propriamente delicados é a artista gráfica Renata Grazzini, 45, que tem um Land Rover Defender 90 por não gostar de "carro comum".
Além de usá-lo diariamente na cidade, Renata também participa de competições em trilhas na Serra do Mar. "Com tração nas quatro rodas e com guincho é até engraçado sair das dificuldades."
A psicóloga e aeronauta Inês Cavalieri, 33, diz que sempre gostou de carros grandes. Com um Range Rover, "os motoristas respeitam e o carro impõe respeito."
Inês já provocou confusão só por estar com jipe. Em um congestionamento no centro de São Paulo, o motorista de um Santana passou a assediá-la com o argumento de que mulher não foi feita para andar em carro de homem.
"Minha fila começou a andar e a dele não, mas ele não percebeu e bateu no carro da frente."
A publicitária Maria Luiza Moura Andrade Vilela, 23, dirige seu Nissan Pathfinder em qualquer lugar. "Com ele não tem erro: enfrento os buracos das ruas de São Paulo e ainda carrego um monte de coisas dentro."

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