São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995 |
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Veículos a álcool têm menor venda da história
DA REPORTAGEM LOCAL Dados da Anfavea (associação que reúne as montadoras) indicam que a produção média de veículos a álcool nos primeiros três meses deste ano foi de módicos 4,4%.O carro a álcool atingiu seu apogeu nos anos de 84 a 87, período em que mais de 90% dos motores eram a álcool. Depois, a produção desse tipo de veículo decresceu consideravelmente. Especialistas do setor apontam vários fatores para a queda contínua das vendas de carros a álcool. "Depois da crise de abastecimento desse combustível em 91, o consumidor ficou descrente e reagiu negativamente, trocando seu carro a álcool por um a gasolina", afirma o especialista de marketing da Ford Antonio Carlos Caldeira. Caldeira lembra que, na época, os produtores de álcool preferiram exportar açúcar a abastecer os postos com o combustível. O gerente de marketing da Volkswagen, Luiz Muraca, cita outro fator que explica a crise do carro a álcool. Para ele, os incentivos concedidos pelo governo para esse tipo de veículo eram maiores. "O preço do álcool era bem menor do que é hoje e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) também era muito baixo." Muraca afirma ainda que o grande volume de produção de "populares" -53% do total de automóveis produzidos no país em março- e a vinda dos importados ajudaram a debilitar a procura pelos modelos a álcool. Há também modelos de carros nacionais de faixas acima da ocupada pelos "populares" sem versões a álcool. Em alguns modelos, os motores a gasolina usam injeção eletrônica, enquanto os a álcool ficam com carburador, mais ultrapassado. Isso algumas vezes torna o carro a gasolina mais econômico, apesar do menor preço do álcool. Apesar da crise, tanto Muraca quanto Caldeira afirmam que o carro a álcool não está com os dias contados. "Acho que a tendência é a produção se manter num determinado patamar, mas não sabemos qual seria o ponto mínimo", avalia Caldeira. Tecnologia Com o desenvolvimento tecnológico dos motores a álcool, já não acontecem os problemas com partida a frio registrados no passado. Só o escapamento continua a sofrer com o álcool. Bragantini explica que a proporção de água no álcool costuma ser maior do que na gasolina, o que acelera a corrosão no sistema de escape. Texto Anterior: Porsche 911 ganha 2 versões na Europa Próximo Texto: Engenheiro não aceita modelos a gasolina Índice |
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