São Paulo, terça-feira, 2 de maio de 1995
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PC acha que prisão do sócio o prejudica

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

A prisão do piloto Jorge Bandeira, anteontem, em Buenos Aires, prejudicou seu ex-sócio, o empresário Paulo César Farias, que está detido no Corpo de Bombeiros de Maceió (AL).
Na avaliação de PC, a prisão de Bandeira trouxe uma publicidade indesejada em um momento inadequado.
Além disso, o empresário não sabe qual será o comportamento de Bandeira e de sua mulher, Fátima, após o encarceramento. Seu temperamento é considerado ``explosivo".
A publicidade diminuiria as chances de sucesso de PC na quinta-feira, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) julga um novo pedido de habeas corpus feito pelos advogados do empresário.
O habeas corpus é uma medida judicial através da qual se evita a prisão ou se pede a libertação de um detento.
No habeas corpus, cujo relator é o ministro do STF Sepúlveda Pertence, os advogados de PC querem que ele passe o dia trabalhando em suas empresas, em Maceió, e a noite se recolha à cadeia.
PC foi condenado pelo STF a sete anos de prisão em regime semi-aberto. No mesmo processo, o ex-presidente Fernando Collor foi absolvido.
O regime semi-aberto prevê que o condenado seja detido em penitenciária agrícola ou industrial, onde trabalharia.
Como não há este tipo de presídio em Maceió, PC teria direito, segundo seus advogados, a trabalhar em suas empresas.
Para os advogados de PC, o argumento dos ministros para não deixarem o empresário passar o dia trabalhando é que a possibilidade de uma nova fuga é grande.
``O Paulo César jamais tentaria uma nova fuga", afirmou à Agência Folha Paulo Jacinto, advogado do empresário.
``Após o habeas corpus do Paulo César, o Bandeira iria se entregar. Agora, todo o planejamento da defesa foi desfeito", afirmou Jacinto.
Em decorrência da prisão de Bandeira, tanto PC quanto Collor se mostraram preocupados ontem. Collor, que estava em Brasília, fez vários telefonemas para amigos de Maceió tentando se manter informado sobre o caso.

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