São Paulo, terça-feira, 2 de maio de 1995
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Acusado de atropelar três pessoas é preso

DA REPORTAGEM LOCAL

O balconista Maurício da Silva Botelho, 27, acusado de atropelar e matar três pessoas, entre elas, uma mulher grávida, anteontem à noite, não poderá pagar fiança para sair da cadeia.
O acidente aconteceu na avenida Inajar de Souza, na Freguesia do Ó (zona norte de São Paulo). ``A barra da direção quebrou e ele perdeu o controle do carro", afirmou Edna Botelho, cunhada do motorista.
Na manhã de ontem, o motorista do Voyage foi transferido do hospital, onde estava internado em observação, para uma cela do 72º DP. A polícia recolheu amostras de sangue de Botelho para saber se ele dirigia embriagado.
A decisão de manter Botelho preso foi tomada pela delegada Cláudia Halembeck, do 72º DP (Vila Penteado). Segundo ela, Botelho assumiu um risco muito grande de produzir o acidente ao dirigir em alta velocidade.
``Investigamos também se ele (Botelho) estava fazendo um racha", disse a delegada. Na maioria dos acidentes, o motorista é preso por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), o que lhe dá o direito de pagar fiança e ficar em liberdade.
No momento do acidente, o metalúrgico Ricardo de Souza, 23, e sua mulher, Luciana Gonçalves da Silva, 20, voltavam com o filho Geovani, 1, para casa. O casal era acompanhado por Elis Alves, 25, que levava a filha Gabriela, de quatro meses, no colo.
``Só deu para me abaixar e agarrar meu filho", disse Ricardo. O Voyage, guiado por Botelho, subiu no canteiro central da avenida e atingiu Luciana, que estava no sétimo mês de gravidez.
Ela teve o abdômen perfurado e a criança nasceu na rua. Mãe e filha morreram. Elis também morreu. Gabriela está com morte cerebral. Até as 18h de ontem, ela respirava com a ajuda de aparelhos na UTI do Hospital da Vila Nova Cachoeirinha. O comerciante Willian de Souza, 43, pai de Elis, já decidiu doar os órgãos da neta.

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