São Paulo, quinta-feira, 4 de maio de 1995
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Governo reduz imposto em janeiro de 96

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A alíquota do II (Imposto de Importação) de automóveis, hoje de 70%, cairá para 62% em janeiro do ano que vem e para 30% em abril de 1996, segundo cronograma definido pelo governo.
A redução da alíquota foi confirmada ontem pelo Ministério da Fazenda.
Segundo a Folha apurou, o programa de redução de alíquotas foi a forma encontrada pelo governo para seguir as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio), que limitam as barreiras ao comércio internacional.
Em março as alíquotas do II de automóveis foram elevadas de 32% para 70%, com o objetivo de reverter os déficits da balança comercial (quando as importações superam as exportações), que ocorrem desde novembro do ano passado.
A elevação das alíquotas aumentou os preços dos carros importados e prejudicou o mercado de importadoras autônomas, que faziam planos de expansão devido à política de abertura comercial acentuada com o Plano Real.
Cavalheiros
Os importadores de automóveis disseram ontem que aceitam fazer um ``acordo de cavalheiros" com o governo: estabelecer informalmente um teto máximo para as compras deste ano em troca de uma possível redução mais acelerada do II.
A posição é do presidente da Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores), Emílio Julianelli, que participou ontem de reunião no MICT (Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo).
Julianelli disse ao secretário-executivo do MICT, Frederico Álvares, que a Abeiva estima importações de 350 mil veículos em 1995 -não incluídas na conta as operações das montadoras de automóveis.
O número equivale ao volume máximo de importações totais desejado pelo MICT. Como as montadoras respondem por pelo menos metade das importações, a estimativa da Abeiva projeta uma importação de 700 mil carros em 1995.
A redução, segundo o presidente da Abeiva, não aconteceria através de um sistema de cotas de importação. ``Isto é ultrapassado", disse. ``As discussões com o governo sinalizam que podemos fechar um acordo de cavalheiros".
Exagero
No MICT, entretanto, não há tanto entusiasmo pela idéia.

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