São Paulo, sexta-feira, 5 de maio de 1995
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Alencar nega invasão de morro

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O governador do Rio, Marcello Alencar (PSDB), disse ontem, durante visita ao bairro de Santa Teresa (região central do Rio), que não vai ordenar a invasão de morros para conter a violência provocada pela guerra de quadrilhas nas favelas do bairro.
``Só se você me ensinar como se faz isso sem matar muita gente", disse o governador à jornalista que lhe perguntou sobre a possível invasão. Alencar disse que vai procurar resolver o problema da violência com ``energia", mas também com ``serenidade".
Ontem, o delegado Rafik Louzada Aride, diretor da Divisão Geral de Polícia Especializada, disse que foram encontrados mais dois corpos, supostamente mortos na guerra do tráfico no morro dos Prazeres (o maior de Santa Teresa), iniciada domingo, elevando para 13 o número de mortos na disputa.
Segundo a polícia, a disputa envolve traficantes do Comando Vermelho, comandados por ``Chico Brito" e ``Dozinho", e do Terceiro Comando, que controlava o tráfico no local sob o comando de ``Cadinho".
A favela do morro dos Prazeres está ocupada por policiais do 1º e do 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar. É grande o número de moradores que estão deixando suas casas em busca de outros locais para morar.
Segundo o coronel Jorge Siqueira, comandante do 1º BPM (Batalhão de Polícia Militar), além da ocupação da favela, cerca de 40 homens do batalhão fazem o policiamento da área de Santa Teresa.
Apesar de o coronel Siqueira ter dito que as escolas do bairro, fechadas desde o começo da semana, voltariam a funcionar hoje, o Ceat (Centro Educacional Anísio Teixeira), uma das mais conhecidas escolas de Santa Teresa, informou que permanecerá fechado. Os pais de alunos foram convocados para uma reunião hoje.
Marcello Alencar disse que foi ontem a Santa Teresa para acompanhar o trabalho policial e para ``mostrar à população que ela não está abandonada".
Ele visitou a delegacia do bairro (7ª DP), onde constatou carência de materiais e equipamentos, e o condomínio de classe média Equitativa, que no domingo teve seus acessos controlados pelo tráfico.

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