São Paulo, sexta-feira, 5 de maio de 1995
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Cresce movimento de entrada de dólares

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A estratégia do Banco Central para equilibrar as contas externas brasileiras começa a produzir resultados. O dólar caiu 1,85% desde sexta-feira passada e o fluxo de dólares está positivo em US$ 134,9 milhões neste início de mês.
Ontem, o dólar comercial -negociado por exportadores, importadores e para recebimentos e pagamentos de empréstimos ao exterior- fechou a R$ 0,900, para compra, e R$ 0,901, para venda, com queda de 0,22% no dia.
O movimento de entrada e saída de dólares e das cotações do câmbio comercial indicam que a banda cambial de R$ 0,88 e R$ 0,93 deve se manter por um bom tempo.
O saldo cambial acumulado no mês -incluindo as transações comerciais e as financeiras- fechou na quarta-feira positivo em US$ 20,9 milhões. O saldo positivo da entrada e saída de capital financeiro é de US$ 60,5 milhões no mês.
``As medidas adotadas pelo governo para acertar o rumo do Real começam a surtir efeito, inclusive o dólar deve continuar estável", diz Armando Fernandes Júnior, vice-presidente do Bradesco.
Fernandes Júnior afirma que as taxas de juros devem cair no médio prazo. ``Porém, a velocidade que as taxas vão cair vai depender do sucesso do governo nas reformas da Constituição", diz.
Os juros pagos pelos Certificados de Depósitos Bancários recuaram ontem 0,33 ponto percentual, ficando em média em 61,6% ao ano -rendimento bruto de 4,359% ao mês.
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem com alta de 1,7% e já acumula uma valorização de 6,04% no mês.
O volume de negócios na Bolsa paulista foi de R$ 266,3 milhões ontem. Deste total, R$ 218,6 milhões foram movimentados com a compra e venda de ações no mercado à vista. A Bolsa carioca registrou alta de 2% e negócios de R$ 46,7 milhões.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,16%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,68% ao mês, com rendimento de 4,25% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,77% ao mês, com rendimento de 4,32% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,9640%. CDBs prefixados de 32 dias negociados ontem: entre 36% e 62% ao ano. CDBs pós-fixados de 123 dias: 14% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 7,08% ao mês, com rendimento de 5,32% no mês. Para 32 dias (capital de giro): de 77% a 140% ao ano.

No exterior
Prime rate: 9% ao ano. Libor: 6,25%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 1,7%, fechando com 40.439 pontos e volume financeiro de R$ 266,3 milhões. Rio: alta de 2%, encerrando a 19.102 pontos e movimentando R$ 46,7 milhões.

Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.486,20 pontos. Em Tóquio, foi feriado ontem.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,900 (compra) e R$ 0,901 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,903 (compra) e por R$ 0,905 (venda). ``Black": R$ 0,880 (compra) e R$ 0,890 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,892 (compra) e R$ 0,895 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,870 (compra) e R$ 0,910 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,09%, fechando a R$ 11,15 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até 3 de maio foi positivo em US$ 74,4 milhões. As entradas financeiras superam as saídas de dólares em US$ 60,5 milhões. O saldo total está positivo em US$ 134,9 milhões.

No exterior
Segundo a ``UPI", em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,6160. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,37 marco alemão. Em Tóquio, foi feriado ontem. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 391,7.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para maio fechou a 4,34% no mês e para junho a 4,40% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para junho ficou a 42.400 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para junho fechou a R$ 0,925 e a R$ 0,948 para julho.

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