São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995
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Entidade de Betinho tem crise financeira

DA SUCURSAL DO RIO

O Ibase -organização não-governamental criada em 1981 pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho- precisa de R$ 1 milhão para fechar suas contas até o final do ano.
O orçamento previsto para este ano era de R$ 3,5 milhões, mas até agora o Ibase só conseguiu garantir o recebimento de pouco mais de R$ 2,5 milhões.
Por causa da crise financeira, o instituto demitiu esta semana 12 de seus 90 funcionários. Outros oito deixaram o Ibase nos últimos dias.
``É muito triste fazer isso. Pela primeira vez desde que foi criado, o Ibase demite funcionários", disse Betinho, afirmando estar ``estressado e deprimido" com a situação.
O Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) atua na área de pesquisas sociológicas. Já foram feitos trabalhos sobre meninos de rua, descentralização do poder federal e distribuição de verbas do orçamento, entre outros.
Além disso, a ONG funciona como articuladora da Ação da Cidadania Contra a Miséria e Pela Vida. Em 1994, o Ibase encaminhou aos comitês da campanha doações estimadas em mais de US$ 900 mil.
O Instituto é mantido basicamente com recursos de instituições internacionais. Nos últimos anos, na avaliação de Betinho, as ONGs da América Latina perderam lugar para ONGs do Leste Europeu. Com isso, os recursos começaram a escassear.
``A América Latina deixou de ser prioridade", disse.
A mudança na política cambial do Brasil ajudou a piorar a situação. Com a queda da cotação no dólar, o déficit do Ibase aumentou.
O refeitório da instituição foi fechado e as cozinheiras, demitidas. Também foram demitidos pesquisadores, arquivistas e pessoal de atendimento.
Para pagar as indenizações dos demitidos, o Ibase colocou à venda uma casa em Botafogo (zona sul do Rio), onde funciona parte da instituição.

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