São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995
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Inquérito apura convênio para gerir hospital

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público (MP) abriu um inquérito civil para apurar supostas irregularidades em um convênio firmado pela Prefeitura de São Paulo com a Escola Paulista de Medicina (EPM) e a Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).
O convênio prevê que a EPM (atual Universidade Federal de São Paulo) e a SPDM administrem o hospital da Vila Maria (zona norte de São Paulo).
Inquérito civil é um procedimento de investigação para colher informações que podem levar ou não a uma ação civil pública, em que os acusados ficam sujeitos a punições previstas em lei.
O inquérito foi aberto pela promotora Mariângela Balduíno, da Promotoria da Cidadania, a partir de representação do médico Luiz Paulo Gnecco e mais sete pessoas ligadas ao Conselho Distrital de Saúde da Vila Maria.
O convênio foi firmado inicialmente em 92 entre a então prefeita Luiza Erundina e Manuel Lopes dos Santos, diretor da EPM na época. Previa cooperação em assuntos de interesse comum.
Em julho de 94, o prefeito Paulo Maluf assinou um termo de aditamento (complemento) ao convênio, em que fica prevista a administração do hospital da Vila Maria pela EPM e pela SPDM.
O termo assinado por Maluf estaria ferindo a Constituição e a lei 8.080/90, ``que diz que a competência da gestão de unidades de saúde públicas é das secretarias de saúde", afirma Henrique Ollitta, que assina a representação.
Para ele, ``o convênio permite que a EPM receba duas vezes pelos mesmos serviços", por prever um repasse mensal de R$ 900 mil da prefeitura à administradora, que também pode receber do Inamps pelo atendimento.
Ollitta afirma ainda que os estudantes da EPM estariam receitando remédios, o que é ilegal.
A promotora Balduíno diz que ainda está investigando se há irregularidades ou não.

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