São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995
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Parmalat intervém e Palmeiras paga

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Somente após uma reunião entre os jogadores e dirigentes do Palmeiras, na presença do diretor de futebol da Parmalat, José Carlos Brunoro, foi encerrada a crise do atraso do pagamento dos prêmios por vitórias.
Os depósitos foram efetuados ontem à tarde, segundo o diretor financeiro do Clube, João Russo.
Ontem, antes do treino do time para a partida de hoje contra o Novorizontino, os jogadores souberam da suspensão de 15 dias do atacante Edmundo e o saneamento da dívida, resolvido através de empréstimos bancários.
Antes da comunicação aos jogadores, às 9h20, o atacante Edmundo foi convocado à sala da diretoria do Centro de Treinamento da equipe, na Barra Funda.
Lá, foi notificado da suspensão por 15 dias, o que acarretará o pagamento somente da metade do salário mensal do jogador, que é de US$ 30 mil.
Na quarta-feira, após o jogo em que o Palmeiras se classificou para as quartas-de-final da Libertadores, Edmundo disse que os dirigentes do Palmeiras deveriam tomar ``vergonha na cara".
Ele fez críticas ao gramado do estádio do clube e à falta de pagamento dos bichos (gratificação pelas vitórias da equipe).
``É uma punição trabalhista, portanto não haverá uma remuneração pelo período da suspensão", disse Brunoro.
Os dirigentes do clube e da empresa italiana que patrocina o time decidiram que a suspensão desobrigará o jogador de todas as atividades da equipe durante 15 dias.
No período, o time terá compromissos só pelo Campeonato Paulista.
A equipe só volta a jogar a Libertadores, principal competição interclubes sul-americana, no dia 26 de julho, contra o Grêmio.
``Ele está totalmente liberado de treinamento, podendo ir para o Rio de Janeiro quando quiser", disse Brunoro.
Para Brunoro, a punição de Edmundo vai além das queixas do jogador quanto ao atraso dos prêmios pelas vitórias no Campeonato Paulista e na Taça Libertadores da América.
``O que aconteceu foi uma situação de ofensa. Aí ele não só feriu a diretoria do Palmeiras, como todo o grupo de jogadores", afirmou.
O diretor de futebol do Palmeiras, Alberto Strufaldi, classificou as declarações de Edmundo após o jogo com o Bolívar como uma traição à amizade entre os dois.
``Como amigo de Edmundo, fiquei magoado com as críticas", disse Strufaldi.
Para Strufaldi, o jogador começou a criticar os dirigentes do Palmeiras depois que o clube expressou interesse de comprar o passe do jogador, que pertence à multinacional Parmalat.
Por outro lado, segundo Strufaldi, não há clube interessado oficialmente na contratação de Edmundo.
``Quando nós informamos Edmundo da punição, ele disse que não mudaria de opinião e disse que ele estava com a verdade", disse o dirigente palmeirense.
Já o técnico Valdir Espinosa, sempre dizendo que a decisão foi dos dirigentes, mostrou-se resignado com a punição de Edmundo, que enfraquece o ataque da equipe.
``Quando um problema não tem solução, o problema está solucionado", afirmou Espinosa.

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