São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995 |
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Selo Concord Jazz chega com 126 CDs
CARLOS CALADO
Os cantores Mel Tormé e Carmen McRae, o baterista Art Blakey e o pianista George Shearing fazem parte do catálogo do selo. Indicam que quantidade e qualidade estão juntas nesse pacote (veja destaques ao lado). Fundado em 1972, por Carl Jefferson (1920-1995), um vendedor de automóveis da Califórnia fanático por jazz, o Concord possui hoje um catálogo com cerca de 650 títulos editados. Jefferson entrou no ramo musical produzindo festivais. Teve a idéia de fundar o selo ao ouvir queixas dos guitarristas Joe Pass e Herb Ellis. Na época, como outros jazzistas mais puristas, eles encontravam dificuldades para gravar. Em meio à onda de fusões do jazz com o rock e o funk que tomaram os anos 70, o Concord se estabeleceu como um selo preservador do chamado ``mainstream" -o jazz que une a tradição do swing com alguns elementos harmônicos mais modernos. Vendido em dezembro último, sob o compromisso de que seu espírito original seja mantido, o Concord Jazz passou a ser dirigido pela Alliance Entertainment, uma grande distribuidora norte-americana de selos independentes. Segundo Peter Kauffmann, vice-presidente executivo da empresa, os planos da Alliance para o Brasil não se limitam apenas ao comércio de discos. A empresa promete trazer, ainda em 95, o tecladista Gene Harris e a cantora Karrin Allyson, dois talentos contratados pelo Concord Jazz, para shows no país. Elenco nacional Instrumentistas brasileiros também fazem parte dos planos futuros do selo. Já em fase de seleção, os músicos escolhidos gravarão pelo Concord Jazz, que pretende distribuir esses trabalhos no mercado internacional. Sem entrar em detalhes por enquanto, Kauffmann também sugere a realização de um festival no país, mais ou menos nos moldes do Concord Jazz Festival, que se realiza há 26 anos, na Califórnia. O pacote que está chegando às lojas traz atrações especiais para os fãs do jazz vocal: discos de ótimas cantoras que até hoje permaneciam praticamente inéditas no Brasil, como Ernestine Anderson (três CDs) e Maxine Sullivan (dois CDs). Esse também é o caso de Rosemary Clooney, que em 13 CDs interpreta ``songbooks" de mestres da canção americana, como George Gershwin, Cole Porter, Harold Harlen, Irving Berlin e Johnny Mercer, entre outros. Outro cantor bem-representado no primeiro suplemento Concord Jazz é Mel Tormé, que aparece em sete CDs. Entre esses álbuns, dois são divididos com o pianista George Shearing; outro com a cantora britânica Cleo Laine. Mas quem domina o pacote são mesmo os instrumentistas: jazzistas de peso, como Charlie Byrd, Dave Brubeck, Frank Wess, Gerry Mulligan, J.J. Johnson, Jim Hall, Louie Bellson, Marian McPartland, Monty Alexander, Phil Woods, Ray Brown e Scott Hamilton. Os fãs da salsa e do jazz latino também não foram esquecidos. O suplemento inclui quatro álbuns do percussionista e chefe de orquestra Tito Puente. Por sinal, o conhecido ``rei do mambo" já rendeu quatro Grammys ao selo. Texto Anterior: Crie o costume de evitar os hábitos Próximo Texto: Companhia coreografa fluxos do mar Índice |
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