São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995 |
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Bad Religion eleva potencial do hardcore
MARCEL PLASSE
Com 15 anos de estrada, a banda finalmente assinou com uma multinacional (Sony) e começa a receber reconhecimento. ``Nunca imaginei ver o punk rock em destaque na revista `Rolling Stone' ", diz Gregg Graffin, 30, vocalista e líder do Bad Religin. Graffin falou à Folha, por telefone, de sua casa, em Los Angeles (EUA). Folha - Este ano faz 15 anos que o punk rock surgiu. Onde você estava em 1975? Gregg Graffin - Eu estava na quinta série, em Winsconsin. Mas já era influenciado por músicas pouco tradicionais, como a do grupo Utopia. Por isso, não foi de espantar que eu gostasse de punk, alguns anos depois. Folha - Como foi tocar hardcore nos anos 80, uma época em que a mídia simplesmente desprezava o punk? Graffin - A mídia, como sempre, tinha uma percepção errada da música. Quando ela falava que o punk estava morto, não se referia ao nosso tipo de música -chame de hardcore, se quiser-, mas ao punk inglês. Acho que Bad Religion é o testemunho de que a música ainda não tinha atingido todo o seu potencial, na época. Folha - Hardcore tem potencial para ser o quê? Graffin - Ser uma música mundial. Hardcore ou punk é uma música popular e não restritiva. Há muita gente idiota no mundo, e o punk precisa se tornar acessível para atingir estas pessoas. Acho péssimo quando alguém tenta ser um tipo de ``novo líder" ou vender uma moda ou mentalidade de gangue por meio da música. É a pior coisa que podia acontecer ao punk. E foi exatamente o que ocorreu na Inglaterra. Não estou dizendo que o punk deva baixar a bola e virar música pop. Estou sugerindo que as barreiras devam ser derrubadas. Em particular, a noção de que esta música só pode ser ouvida por uma quantidade limitada de pessoas. A mídia passou a impressão de que hardcore é música de anarquistas e criminosos. Isto só mudou nos últimos três anos. Folha - Você se incomoda em ser visto como líder pelos fãs? Graffin - Já gravei: ``Nenhuma música do Bad Religion vai deixar sua vida completa". Texto Anterior: Companhia coreografa fluxos do mar Próximo Texto: Grupo vira padrinho da nova cena americana Índice |
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