São Paulo, sábado, 6 de maio de 1995
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CNBB e Celam

LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

A sigla CNBB tornou-se, aos poucos, conhecida entre nós. Significa a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, da Igreja Católica, cuja fundação, em 1952, muito deve a d. Hélder Câmara. Tem por finalidade aprofundar a comunhão entre seus membros, promover em conjunto a ação pastoral no país, estreitar os laços de união com a Santa Sé e as outras conferências episcopais. É sua missão, também, deliberar em matérias que o direito canônico estabelece. Pertence, ainda, à CNBB cuidar do relacionamento com os poderes públicos a serviço do bem comum.
Os membros da CNBB reúnem-se, uma vez por ano, por dez dias. Terá início no dia 10 de maio, em Itaici, a 33ª Assembléia Geral, que será eletiva dos 11 bispos da nova presidência e comissão de pastoral e há de estabelecer as ``diretrizes gerais" para ação pastoral da Igreja Católica no Brasil, para o próximo quadriênio (1995-1998).
Há outra sigla que, nestes dias, aparece, com frequência, nos noticiários da Igreja. Trata-se do Celam -Conselho Episcopal Latino-Americano. É um organismo de serviço que promove a comunhão e comunicação entre as 22 conferências episcopais da América Latina e do Caribe, em sintonia com o chefe visível da Igreja Universal, o santo padre.
O Celam está completando 40 anos de existência. Nasceu no Rio, fruto da 1ª Conferência do Episcopado Latino-Americano, realizada de 25/7 a 4/8 de 1955. O estatuto foi elaborado no ano seguinte e recebeu aprovação de Pio 12, em 1957. A sede jurídica está em Bogotá (Colômbia), onde trabalham a presidência e os dez departamentos, que animam e ajudam a ação pastoral da Igreja Católica no continente.
Nestes dias, 1 a 7 de maio, realiza-se a 25ª Assembléia Geral do Celam, em Cuautitlán (México). Estão presentes 66 participantes, incluindo a presidência, os representantes das 22 conferências episcopais, os responsáveis pelos departamentos e seções e alguns convidados.
Num clima cordial, de intensa oração e discernimento, aplicam-se os bispos a conhecer melhor a realidade social e eclesial da América Latina e Caribe, a atualizar o estatuto do Celam e a elaborar recomendações para o novo Plano de Pastoral (1995-1998), inserindo-se o trabalho de preparação ao jubileu do ano 2000, convocado por João Paulo 2º, que deverá ser para toda a Igreja um tempo de graça e de seguimento mais radical de Jesus Cristo. A análise dos relatórios de nossos países revelou traços comuns de miséria crescente, com aumento da brecha entre ricos e pobres, da violência e da degradação moral que atinge a família e a juventude.
Isso exige uma nova evangelização que anuncie o desígnio salvífico de Deus -de vida e esperança-, e promover, decididamente, a justiça social e a solidariedade cristã em nossos países.
Foi eleito presidente o arcebispo de Tegucigalpa (Honduras), d. Oscar Maradiaga Rodríguez que, há oito anos, tem servido, com notável dedicação, em cargos de direção do Celam. As duas vice-presidências ficaram com os presidentes das Conferências do Brasil e Cuba. Estará à frente do Departamento para Família e Vida d. Pedro Antonio Fedalto, arcebispo de Curitiba, que tanto tem feito pela pastoral familiar em nosso país.
A assembléia encerra seus trabalhos no domingo, com a concelebração no santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, pedindo à padroeira da América Latina paz e concórdia para nossos povos.

D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.

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