São Paulo, segunda-feira, 8 de maio de 1995
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Dupla invade presídio em SP e liberta oito

ROBERTO CARDINALLI
DA FOLHA SUDESTE

Dois homens armados e vestindo coletes utilizados pela Polícia Civil libertaram oito presos da Casa de Detenção de Hortolândia (a 20 km de Campinas), considerada de segurança máxima, na noite de anteontem.
Esse foi o primeiro de uma série de incidentes em cadeias públicas e prisões da região de Campinas (99 km a noroeste de São Paulo).
Em menos de nove horas, entre a invasão em Hortolândia e a madrugada de ontem, 17 presos fugiram e 145 se rebelaram em Americana (cidade localizada 30 km de Campinas) (leia texto abaixo).
Foi também o terceiro caso de resgate de presos esta semana no Estado. Na terça-feira, dez homens invadiram o 83º DP (Parque Bristol, zona sul de São Paulo) e libertaram nove presas. O objetivo seria libertar três traficantes da mesma família -a mãe e suas duas filhas.
No sábado pela manhã, seis homens invadiram e libertaram 25 presos do 80º Distrito Policial, que fica em Vila Joaniza, na zona norte de São Paulo.
A ação em Hortolândia começou às 19h30 de sábado. Dois seguranças da portaria ficaram feridos com coronhadas na cabeça durante a ação da dupla, que dominou cerca de 15 agentes.
Segundo os agentes penitenciários, os dois entraram no presídio armados com pistolas 745.
A dupla resgatou oito detentos. O plano foi executado durante a troca da guarda da Polícia Militar. Disfarçados de policiais, os dois homens entraram na área da carceragem da cadeia.
Segundo o diretor Adnan Attuy, 33, a ação teria sido arquitetada para libertar três presos. O diretor não revelou os nomes.
Apenas um dos oito presos libertados na ação tinha sido recapturado até as 18h de ontem. É William Rayol Correia, condenado por furto. Ele estava em um bairro próximo ao Complexo Penitenciário de Hortolândia.
``Os dois tomaram as chaves dos cadeados de todas as celas. Se quisessem, poderiam ter provocado uma fuga em massa", afirmou o diretor.
Os homens também destruíram o sistema de telefonia da Casa de Detenção.
Pela ousadia da ação, a polícia investiga a possibilidade de os homens já conhecerem o presídio.
A polícia acredita que a dupla tinha um carro à disposição localizado nas proximidades do presídio para agilizar a fuga dos três presos que seriam o alvo inicial e os possíveis mentores da ação.
A Casa de Detenção, construída para abrigar detentos de alta periculosidade, tem hoje 715 detentos para uma capacidade de 500.

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