São Paulo, segunda-feira, 8 de maio de 1995 |
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Salve o dr. Osmar, que beijou o Basílio
MARCELO FROMER; NANDO REIS
Temos uma séria desconfiança com esta história dos três pontos por vitória. Se valessem caso um time vencesse por mais de dois gols, poderíamos testar sua eficiência com mais precisão. Porém, o que temos visto é a alternância de líderes como algo comum e corriqueiro. As duas fases existem para fazer uma triagem, que poderia previamente ser estabelecida em uma mesa de reuniões. Os grandes times da capital mais o Guarani seriam e serão, obviamente, os selecionados para o octogonal decisivo. Então, nós, de São Paulo, temos o futebol mais forte, a maior concentração de craques, grandes estádios, a reconhecida força do interior e talvez o pior campeonato do país. Como explicar isso? Se nem o irresponsável Farah explica... Mas, para nós, amantes da bola, o Campeonato do Rio, acompanhado à distância, e a Copa do Brasil, outrora um torneio quase desprezível, têm nos saciado com grandes pelejas. O SBT acertou na cobertura da Copa do Brasil e, com seu intervalo inteligente, está conseguindo fazer algo que parecia impossível: entreter os fanáticos no meio tempo. Esta semana veio a comprovação da qualidade. Foi quando o 0 a 0 de Paraná e Corinthians deu ao torcedor a certeza de que se joga, apesar de tudo, um grande futebol. Não precisou ser inaugurado o placar para que o jogo fosse comentado em bares, escolas ou onde quer que fosse. O santista, o palmeirense ou qualquer torcedor de camisa sabe que, antes de seu time de coração, há alguma coisa maior: o futebol, por reservar, a cada minuto, uma surpresa maior do que poderíamos supor. Este 0 a 0 teve a intensidade de uma empate de quatro gols. Ronaldo não se contentou em atuar com apenas firmeza e fez duas pontes consecutivas de encher os olhos de quem um dia sonhou em ser goleiro e usava o travesseiro como bola. A bela atuação de Régis, os goleiros enfim, tão responsáveis por um saudável 0 a 0. Com o China em grande forma e os convidados Basílio e Minelli recebidos por Osmar de Oliveira, vimos o futebol mais vivo que nunca. E, para coroar a noite, dr. Osmar nos fez lembrar uma passagem sua ao lado de Basílio, até então desconhecida. Quando médico do Corinthians, foi ele que, através de uma respiração boca à boca, acudiu o legendário Basílio quando este passou pela pior após uma parada respiratória em campo. Foi um beijo salvador, fruto de uma antiga paixão, assim como o futebol é. A sugestão para mudar as regras do futebol vem, esta semana, de Roberto Sabino de Souza, de Poá, em São Paulo. ``As traves dos gols seriam colocadas no lugar das bandeirinhas de escanteio. Seria divertido ver os goleiros correndo nas cobranças de escanteio." Cartas podem ser enviadas para a Editoria de Esporte, al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01290-900 Marcelo Fromer e Nando Reis são músicos e integrantes da banda Titãs Texto Anterior: Técnico santista culpa o juiz Próximo Texto: Flamengo vence e diz ter passe de Edmundo Índice |
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