São Paulo, terça-feira, 9 de maio de 1995
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CNBB quer 'promoção social'

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Em novembro do ano passado, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) aprovou uma série de ``orientações pastorais" sobre a Renovação Carismática.
O documento recomenda aos carismáticos participação em projetos de ``promoção humana e social" e procura limitar algumas de suas práticas.
A leitura das orientações mostra a preocupação da CNBB com práticas como o ``batismo no Espírito Santo" (espécie de batismo suplementar), o falar e orar em línguas estrangeiras e os casos de curas, profecias e exorcismo.
A CNBB pede que, quando uma cura for implorada, ``não se adote qualquer atitude que possa resvalar para um espírito milagreiro e mágico, estranho à prática da Igreja Católica".
O documento trata também da prática do exorcismo. Sobre o assunto, as orientações lembram que ``nem tudo se pode atribuir ao demônio, esquecendo-se o jogo das causas segundas e outros fatores psicológicos e patológicos".
A CNBB solicitou que fosse evitada a prática do ``repouso no Espírito".
O ``repouso do Espírito" é um momento em que os fiéis podem jogar-se no chão ou desmaiar.
O documento foi baseado em pesquisa feita com bispos brasileiros em 1993.
Diferentemente das orientação das igrejas protestantes, a Igreja Católica tem uma maior rigidez na leitura e interpretação dos textos bíblicos.
Metade desse número, 23%, disse que não via problemas nessa questão.
As curas promovidas pelos grupos carismáticos foram consideradas ``aceitáveis" ou ``sem problemas" por 55% dos bispos que foram ouvidos.
Encarregado pela CNBB de assessorar a Renovação Carismática, d. Alberto Taveira Corrêa, bispo-auxiliar de Brasília, afirma que o documento foi bem acatado pelos carismáticos.
A mesma avaliação foi feita pelo presidente da CNBB, d. Luciano Mendes de Almeida.
Ligado aos carismáticos, d. José Carlos de Lima Vaz, bispo-auxiliar do Rio, diz que o documento é bom porque ``reconhece a existência da Renovação Carismática".
Ele diz que as orientações foram feitas ``de forma um pouco precipitada".
Entretanto, ele também afirma que os carismáticos se colocam ``abertos para dialogar".
(FM)

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