São Paulo, terça-feira, 9 de maio de 1995 |
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Ou vai ou racha
NELSON DE SÁ
- Fernando Henrique diz que paga para ver e não aceita mais blefe de partidos. Mais à frente, na entrevista de Mônica Waldvogel com o novo todo-poderoso, ele já foi batendo, ao falar do episódio do PMDB: - Eu pago para ver. A gente não pode transigir. Tem que ser firme. Sempre foi assim. Eu dialogo, tenho paciência, mas certas horas ou vai ou racha. Está na hora e pronto. Frases curtas, definitivas, imperiais. Boris Casoy entrou logo na sequência e comentou, impressionado: - Fernando Henrique sentiu o poder que tem o homem que detém o ``Diário Oficial da União". ``Diário Oficial" que há tempos não era tão lido. Sedução O início foi difícil, com a concorrência de Oklahoma na viagem aos Estados Unidos, mas Fernando Henrique aos poucos ganhou a CNN. É a tal capacidade de sedução, de que tanto fala ACM. O presidente vai seduzindo um âncora depois do outro, na rede. Ontem, como resultado da visita à Inglaterra, ele surgiu diversas vezes na transmissão internacional, de Londres. Uma entrevista sem maior novidade, por aqui. Mas com discurso sedimentado, testado o bastante para seduzir outros além dos âncoras, com as boas e velhas ofertas de estabilidade e de privatização. Estatística Para o TJ, não há dúvida: - Polícia mata 14 supostos traficantes no Rio. Para o Jornal Nacional, foi algo mais vago: - Policiais e traficantes se enfrentam em tiroteio. Quando a polícia entra no meio, as manchetes da Globo nem contam os mortos. Povo Demorou, mas d. Paulo Arns parecia entusiasmado, ontem, ao comentar sobre a Redevida, na Redevida: - Agora o povo vai falar. Eu dizia ``o povo sofre, mas ninguém sabe". Agora vamos saber. ``O povo espera e tem grandes idéias, e não tomam consciência disso". Agora vão tomar consciência. Texto Anterior: Inquérito sobre evasão pode ser reaberto Próximo Texto: 'Antes eu não entendia nada' Índice |
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