São Paulo, terça-feira, 9 de maio de 1995
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Metrô e trens param hoje em São Paulo

DO NP

O metrô de São Paulo vai parar a partir da 0h de hoje. Ontem, no Tribunal Regional do Trabalho, não houve acordo entre trabalhadores e a diretoria da empresa.
O juiz Rubens Aidar, presidente do TRT, chegou a propor a reposição de 29,55%, 7% de aumento real e um ano de estabilidade no emprego. Os diretores do Metrô não aceitaram.
Segundo Aidar, tanto empresa quanto trabalhadores têm que garantir os serviços mínimos à população. ``Qualquer um pode acionar o Metrô se se sentir lesado", disse.
Os 9.000 metroviários querem 70,43% e 15% de aumento real.
Os trens de subúrbio de São Paulo -que transportam cerca de 1 milhão de pessoas por dia- não vão circular hoje. Os ferroviários fazem greve de 24 horas para pressionar a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) a dar um aumento de 78%.
A empresa oferece 29,55%, mais reajustes que variam entre 3,29% e 5,81%, dependendo da faixa salarial do ferroviário.
Para aliviar a situação dos trabalhadores que precisam dos trens para irem até o trabalho, a São Paulo Transporte (antiga CMTC) vai colocar toda sua frota -cerca de 11 mil ônibus- nas ruas.
A empresa também prometeu colocar ônibus circulando ao lado das linhas de trem.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vai liberar o uso de cartão da zona azul na cidade. Também vai liberar o funcionamento de lotações em táxis e em veículos particulares -normalmente proibidas.
O presidente do Sindicato dos Ferroviários, José Botelho, disse que a categoria pode fazer uma greve por tempo indeterminado, se o reajuste não sair.
``Estamos querendo apenas a reposição das nossas perdas."
O professor de Direito Trabalhista da USP (Universidade de São Paulo), Amauri Mascaro Nascimento, disse que as empresas não podem descontar dos salários dos trabalhadores por causa do atraso provocado pelas greves dos transportes.

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