São Paulo, terça-feira, 9 de maio de 1995
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Johnny Rivers canta nostalgia em show

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

O cantor norte-americano Johnny Rivers acha que a cultura dos anos 60 está na moda novamente.
E nada mais ``retrô" do que o próprio Johnny Rivers, com sua bota de couro branco, jeans e blusão preto cantando sucessos de décadas passadas. Afinal, é isso que o traz ao Brasil pela quinta vez.
Aos 52 anos, pai de quatro filhos, Rivers continua levando o mesmo som que fazia há 33 anos. Ele reconhece que a única mudança que o tempo lhe proporcionou foi adquirir experiência.
Sem planos de aposentadoria, Rivers desdenha o slogan de ``My Generation", hino dos anos 60 do grupo The Who, a música em que a banda inglesa dizia preferir morrer antes de envelhecer.
``Sempre fiz música desde pequeno. Sou daqueles que gostaria de morrer no palco", afirma.
Mas ele se cuida. Se mantém em forma correndo alguns quilômetros diariamente. E até trocou de hotel em São Paulo em função da proximidade de uma pista de cooper.
Tudo isso para se manter no palco. Ele acabou de gravar um álbum, tirado de um show ao vivo onde tocou clássicos do blues (como ``Rolling Stones", de Muddy Waters), do soul (``The Tracks of My Tears", de Smokey Robinson & The Miracles), e antigos sucessos (como ``Secret Agent Man").
Embora seja conhecido por seus rocks e baladas ingênuas, Rivers se define como um bluesman.
Sua justificativa se resume basicamente a um acidente geográfico. ``Cresci em Louisiana, perto de Nova Orleans, ouvindo blues. Quando era jovem eu toquei com os Neville Brothers", explica.
Para os fãs, um alívio. Rivers garante que o repertório combina um punhado de músicas novas com as antigas canções. Isso inclui ``It's Too Late" e seu maior sucesso: ``Do You Wanna Dance".
Ele desmente que não goste desta canção, mas não consegue explicar sua popularidade por aqui.
``Nos Eua não é uma música tão conhecida. Só a toco quando venho ao Brasil", diz.
Entre as músicas que compôs, sua preferida, entretanto, é ``Poor Side of Town". ``Sua mensagem é que o amor é mais forte do que o dinheiro", afirma.
Um de seus sonhos é que este antigo sucesso dos anos 60 fosse regravado pelo cantor pop norte-americano Michael Bolton.
Mas Rivers tem um gosto eclético. Além de Bolton, ele admira o REM. e o Pig Head Todd and The Monsters, ouve blues, jazz, country, e gosta da percussão brasileira.
Aliás, se depender do cantor, o palco será dividido com percussionistas brasileiros. E confessa outro sonho: ``Gostaria de tocar com a Timbalada de Carlinhos Brown".
Antes de terminar a entrevista, Rivers dá sua opinião sobre as outras ocasiões em que esteve no Brasil -a última foi em 1990. E o que mais o impressionou agora foi o trânsito paulistano. ``Tem muito mais carro na rua do que nas outras vezes", reclama.

Show: Johnny Rivers
Onde: Palladium (av. Rebouças, 3970, 3º piso Boulevard, tel. 814-9372)
Quando: Hoje e amanhã, às 22h
Quanto: R$ 45 e R$ 55

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