São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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RASHOMON

DA REDAÇÃO

Considerada uma das duas obras-primas (ao lado de ``Os Sete Samurais") do diretor Akira Kurosawa, ``Rashomon", ganhador do Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1951, mostra, em essência, a história de um crime.
Baseado em uma série de contos do escritor Ryunosuke Akutagawa, morto na década de 20, o filme convida o espectador a assistir as várias versões de um fato ocorrido durante o período feudal do Japão.
Em um bosque, uma mulher é roubada e estuprada. Para conseguir chegar até o culpado, a polícia ouve uma série de testemunhos sobre o que teria ocorrido.
Os relatos de um lenhador, da vítima, seu marido, e do próprio criminoso são mostrados de tal forma que funcionam como histórias dentro da história, mostrando assim a impossibilidade de estabelecer a verdade, e ainda tudo que há de relativo nos valores morais. Para Kurosawa, a versão de um fato não se converte, automaticamente, em uma mentira.
Projeto idealizado pelo diretor no tempo em que finalizava ``Anjo Embriagado" (1948), ``Rashomon" foi, no início, mal compreendido pelos distribuidores japoneses.
Segundo Kurosawa, os chefes da empresa Daiei, antes de assinar o contrato para a distribuição de ``Rashomon", insistiam em desvendar o mistério do filme, e se assustaram com a originalidade apresentada pelo cineasta. Eles nunca se cansavam de perguntar ao diretor: ``Mas qual é o assunto do filme ?"

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