São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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APOCALYPSE NOW

Vietnã rima com absurdo na guerra lisérgica de Coppola

DA REDAÇÃO

Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1979 -dividindo o prêmio com ``O Tambor", de Volker Schlõndorff- ``Apocalypse Now", de Francis Ford Coppola, é uma recriação livre do romance ``O Coração das Trevas", do polonês Joseph Conrad.
Construção delirante sobre a Guerra do Vietnã, o filme mostra a estranha viagem do capitão Willard, que em plena batalha tenta encontrar o coronel Kurtz, oficial que desertou das tropas americanas para criar, na fronteira com o Camboja, um exército particular.
A tarefa de Willard é eliminar um homem que enlouqueceu com a guerra. Essa motivação, a perda da razão no conflito, se mostra em dois níveis para Coppola: é o que guia seu personagem e também funciona como o grande tema que percorre todo o filme.
Realizado quatro anos depois de ``O Poderoso Chefão 2", ``Apocalypse" foi uma decepção nas bilheterias. Apesar de sua grandiosidade, não conseguiu livrar seu diretor de uma falência. Chegou a hipotecar sua casa para saldar dívidas de sua produtora, a Zoetrope.
Parte da rejeição do público americano ao filme, se deve a uma das suas maiores qualidades: rimar Vietnã e absurdo.
Sua guerra organiza-se através de atos de loucura surgidos da batalha. Personagens surfam em meio a um bombardeio ou, ainda, se encantam com explosões e doses de LSD.
Depois das filmagens, o diretor foi encontrado nu dentro do banheiro de sua casa, com um revólver apontado para a própria cabeça e balbuciando como Kurtz.

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