São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
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O ENCOURAÇADO POTEMKIN

DA REDAÇÃO

``Eisenstein demonstrou que o conteúdo de um filme podia consistir não em uma rivalidade amorosa, mas na luta de um povo pela justiça." A definição do cineasta Grigori Kozintsev resume o que sentiram os contemporâneos de ``O Encouraçado Potemkin", melhor do que a descrição de tudo que Eisenstein introduziu, formalmente, em seu filme.
E não foi pouco. Estudioso da arte e da cultura, admirador de D.W. Griffith (o diretor norte-americano que fixou a montagem como princípio da narrativa cinematográfica), Eisenstein procurou encontrar formas de exprimir, no cinema, as idéias da classe operária, que a Revolução Russa levara ao poder.
Seu primeiro projeto para cinema foi uma série em sete partes chamada ``Da Clandestinidade à Ditadura", em que pretendia abordar todas as etapas da revolução proletária na URSS. Dessa idéia, só ``A Greve", seu primeiro filme, foi realizado.
Eisenstein pensou em seguida em filmar todo o ano de 1905, ensaio geral da Revolução de 1917. Fixou-se no episódio da revolta que eclode em Odessa, a partir do motim dos marinheiros do encouraçado Potemkin.
Para Eisenstein, a montagem de Griffith -baseada no desenvolvimento de duas ações simultâneas- reafirmava a divisão da sociedade em classes. Em ``Potemkin", ele desenvolveu o princípio da montagem ``de atrações": o sentido não está nos fenômenos representados em cada imagem, mas no choque entre elas, que dá significado à sequência.

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