São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nando Reis lança seu primeiro disco solo

BIA ABRAMO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nando Reis, 32, retirou do baú 12 canções, abandonou o baixo temporariamente e fez nascer seu primeiro disco solo. O baixista dos Titãs também aproveitou as ``férias' que o grupo se concedeu depois do lançamento de ``Titanomaquia" (93) para desenvolver um projeto pessoal.
E ``12 de Janeiro" é, definitivamente, um projeto muito pessoal. Começa pelo nome do disco, que é a data do aniversário de Nando. Passa pelas letras, muito diretas, todas em primeira pessoa. E retorna a uma característica que essas composições têm em comum: o fato de não terem lugar nos Titãs.
``Eu falo de experiências muito pessoais: meu aniversário, meus filhos, minhas separações, meus casamentos", diz Nando. ``Mas acredito que justamente por serem assuntos tão banais, é o que os faz serem comuns a todos."
Duas delas até foram cogitadas para discos da banda. ``A Menina e o Passarinho", uma música de 82, deveria entrar em ``Televisão" e ``Meu Aniversário" chegou a fazer parte da fita demo de ``Titanomaquia". Outras duas já foram gravadas: ``Do Itaim ao Candeal", pela Timbalada, e ``E.C.T.", música em parceria com Marisa Monte e Carlinhos Brown, por Cássia Eller.
Entre ``Igreja", por exemplo, e as composições de ``12 de Janeiro" há realmente uma grande distância. Nando passeia com certa desenvoltura pela MPB, com diversos acentos. ``Eu acredito na longevidade do rock. O que não dá é para ficar fingindo eternamente que se tem 19 anos."
``Essas músicas são o resultado de toda a música que eu ouvi. Sempre acreditei no benefício, no bem-estar, na alegria que a música pode trazer. Nesse sentido, esse disco é muito parecido com o que eu acredito que o rock faz. Uma coisa que não é nada demais, mas é uma coisa legal."
Em ``12 de Janeiro", Nando trabalhou com mais quatro músicos -Luiz Brasil (violões), Cesinha (bateria), Dadi (baixo) e Marcos Suzano (percussão). Parte do disco foi gravado em Salvador, com seis músicos da Timbalada. Herbert Vianna e Paula Toller fazem participações em algumas faixas. E o onipresente Jacques Morelenbaum aparece tocando cello em ``Para Querer" e regendo o arranjo de cordas de ``Bom Dia".
Enquanto os Titãs não voltam -em junho, eles começam a ensaiar e devem lançar disco no segundo semestre-, Nando quer mostrar as músicas de ``12 de Janeiro" no palco.

Texto Anterior: Bem material pode ser dispensável
Próximo Texto: Cultura mostra origens da medicina no país
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.