São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 1995 |
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Cubanos fazem protesto nos EUA
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O primeiro grupo de cubanos foi deportado ontem pelos EUA. Treze homens com idades entre 28 e 45 anos capturados no mar na quinta-feira passada foram enviados pela Guarda Costeira de volta a Cuba. O deputado Lincoln Diaz-Balart foi preso e algemado quando protestava contra a deportação nas proximidades da Casa Branca, a sede oficial do governo norte-americano. Ele foi solto depois de ter pago fiança de US$ 50. Em Miami, numa antecipação do que são capazes, membros da comunidade cubana interromperam durante 45 minutos o trânsito numa das mais importantes avenidas da cidade, a 836, que dá acesso ao aeroporto local. Negócio sujo Diaz-Balart, 41, do Partido Republicano, de oposição ao governo, disse que a nova política dos EUA para os refugiados cubanos é ``um negócio sujo, imoral e secreto". Desde que Fidel Castro assumiu o poder em Cuba em 1959, o governo dos EUA vinha recebendo qualquer refugiado de Cuba como exilado político. O presidente Bill Clinton alterou essa política em agosto no ano passado, quando mais de 30 mil cubanos deixaram seu país em embarcações improvisadas com destino a Miami. Os refugiados foram transferidos para a base militar norte-americana de Guantánamo, em território de Cuba, onde foram mantidos ao custo de US$ 1 milhão por dia para o governo norte-americano. Na semana passada, EUA e Cuba chegaram a um acordo pelo qual os cubanos que estão em Guantánamo serão aceitos como exilados mas novos refugiados serão devolvidos ao seu país. Diaz-Balart acusou o governo de estar ajudando a construir uma usina elétrica de US$ 800 milhões no sul de Cuba em troca desse acordo. Os dois países não têm relações diplomáticas, e os EUA impõem embargo econômico contra Cuba. O líder cubano Fidel Castro usa a questão dos refugiados como forma de pressão para os EUA suspenderem o embargo. Ele argumenta que seus cidadãos fogem de Cuba por causa dos problemas econômicos provocados pelo embargo. Próximo Texto: FBI interroga filho de suspeito de atentado Índice |
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