São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 1995 |
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Corporativismo dos sindicatos atrasa reforma, diz Martins
<UN->SILVANA DE FREITAS
Corporativismo designa hoje a luta para preservar ou obter privilégios que só beneficiam um grupo de pessoas, seja ele uma categoria profissional ou um setor da sociedade. "O espírito corporativista é hoje um dos grandes obstáculos para a reforma do aparelho de Estado", disse Martins durante seminário promovido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos. A crítica de Martins coincide com greves de funcionários do setor estatal -petroleiros, eletricitários e telefônicos, entre outros- contra as reformas constitucionais. Ao citar o espírito corporativista, referiu-se à defesa de privilégios que interessariam apenas aos servidores. "Houve uma substituição da cultura populista pelas corporações apegadas a privilégios." Presente ao seminário, o ministro Luiz Carlos Bresser Pereira (Administração e Reforma do Estado) disse que qualquer mudança no papel do Estado dependerá de consenso. Segundo ele, o governo enfrentará as pressões corporativistas com discussões. Bresser confirmou que o decreto que pune grevistas da administração pública foi um recurso usado pelo governo para inibir a prática corporativista no funcionalismo. O decreto foi assinado na semana passada. O ministro atacou os sindicalistas, principais críticos das reformas constitucionais e da reestruturação do Estado: "Eles vêm com a história de que são fracos e oprimidos. Não é verdade, pelo menos para grande parte deles". (SF) Texto Anterior: Vereadores fazem 'greve' Próximo Texto: PF investiga sindicato dos jornalistas do Rio Índice |
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