São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 1995
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Governo quer vender Vale para pequeno investidor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal decidiu vender parte de suas ações na Companhia Vale do Rio Doce diretamente a pequenos investidores, fora dos leilões de privatização.
``Qualquer pessoa que tiver interesse e uma pequena poupança terá acesso às ações da Vale", anunciou ontem o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Edmar Bacha.
A informação foi dada durante audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara para discutir a venda da estatal.
A União detém hoje 51% do capital da Vale. A parte a ser vendida fora dos leilões ainda não está definida.
Bacha defendeu que as privatizações sejam utilizadas para ``produzir um capitalismo popular neste país".
O governo quer evitar que um único grande grupo detenha o controle acionário da companhia. O valor patrimonial da Vale situa-se hoje em torno de R$ 8 bilhões. Pela cotação nas Bolsas, porém, a estatal é avaliada em R$ 13 bilhões.
O governo não aceitará títulos de dívida como pagamento total na venda da Vale. Daqui para frente, deverá ser exigida mais moeda corrente na privatização.
Malan no Chile
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, aproveitou seminário no Chile para convidar empresários a participar da privatização de ``14 grandes empresas" estatais brasileiras, incluindo as do setor de telecomunicações.
Malan disse que o programa de privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso começou com a aprovação da Lei de Concessões, permitindo às empresas privadas explorar segmentos antes exclusivos do setor estatal.
Petroquisa
O governo retirou do PND (Programa Nacional de Desestatização) a participação da estatal Petroquisa no capital da Petroquímica Triunfo, do Rio Grande do Sul.
A exclusão foi determinada ontem por decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso, assinado também pelo ministro José Serra (Planejamento).
Com o decreto, as ações da Petroquímica Triunfo detidas pela Petroquisa não vão mais a leilão. Serão vendidas diretamente aos dois sócios privados da Petroquisa no capital da Triunfo -a Primera e a Petroplastic.
O governo concluiu que só assim será possível se desfazer das ações, dando prosseguimento ao processo de privatização de suas participações minoritárias em empresas de controle privado.

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