São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 1995
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Resultado de eleição pode reconduzir Prost à F-1

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A vitória do conservador Jacques Chirac nas eleições presidenciais francesas pode fazer com que o tetracampeão mundial Alain Prost retorne à F-1 em 1996.
O ex-piloto, porém, voltaria à categoria como proprietário e chefe de equipe, sonho que alimenta desde que abandonou as pistas, no final de 1993.
Chirac e Prost são amigos antigos. Não seria uma medida impopular dar apoio oficial ao projeto.
Apesar de o sucesso da Renault ser um dos orgulhos nacionais, falta aos franceses o privilégio de ter uma equipe de ponta nacional.
As que existiam não eram exatamente um sucesso e se foram.
A Ligier foi comprada por Flavio Briatore, diretor da Benetton, e a Larrousse não teve recursos para continuar (Edouard Balladur, terceiro colocado nas eleições, era a salvação da escuderia).
Prost participou dos últimos comícios de Chirac durante a corrida presidencial, encerrada no domingo passado.
Em 93, como prefeito de Paris, Chirac promoveu uma festa sem precedentes para comemorar o quarto título do então piloto da Williams.
No início de 94, o político sugeriu a permanência de Prost na categoria quando se alinhavou a união entre Peugeot e McLaren.
Prudente, o piloto não se envolveu no casamento, que, na mesma temporada, fracassaria.
Na metade do ano, o sonho quase se viabilizou. Com o dinheiro de um empresário, iria comprar ``de volta" a Ligier de Briatore.
O time já tinha os motores Renault, o combustível da Elf e o patrocínio da Seita, produtora estatal dos cigarros Gitanes. Enfim, um time totalmente francês.
E, para muitos, Briatore adquiriu o time com dinheiro de seu empregador apenas para levar os motores Renault para a Benetton, o que de fato aconteceu.
Mas a idéia não vingou. A Renault optou por fornecer apenas para Williams e Benetton -parece não ter acreditado no sonho nacionalista de Prost. Além disso, Briatore não quis se desfazer da Ligier.
Assim, Prost teve que esperar por novos ventos, que parecem estar soprando agora.
Jacques Calvet, presidente da Peugeot, faz parte do círculo íntimo de Chirac e tem um ótimo relacionamento com Prost.
Para completar, a Total, outra petrolífera francesa, já repete sua tradicional parceria de rali com a Peugeot na equipe Jordan.
E o contrato entre a Seita e a Ligier termina no final deste ano -oportunamente, o time já convidou Prost para ser chefe de equipe.
Resta saber, agora, se a Peugeot quebrará o contrato de três anos que tem com Eddie Jordan.
Somando as peças, Prost está perto de seu objetivo. E, devido ao caso Ligier, sem motivos para manter sua relação com a Renault.

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