São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 1995
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OMS confirma presença do Ébola no Zaire

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou ontem que o vírus Ébola é o responsável pela epidemia de febre hemorrágica na cidade de Kikwit (Zaire), que, segundo o governo zairense, já matou pelo menos 90 pessoas.
A conclusão foi obtida por estudos de amostras de sangue das vítimas, feitos pelo CDC (sigla em inglês de Centro para Controle e Prevenção de Doenças), nos EUA.
O CDC é considerado o melhor laboratório do mundo para o controle de vírus mortais.
Membros do centro afirmam que o potencial para o alastramento da epidemia é muito pequeno.
Apesar desta informação e do cerco que o Exército zairense montou em torno de Kikwit, a OMS encontrou ontem casos suspeitos na cidade de Masengo, a 100 km a oeste de Kikwit.
"Infelizmente, um segundo hospital está envolvido devido a uma freira que foi transferida do primeiro hospital (em Kikwit) para Masengo, disse Lindsey Martinez, especialista da OMS.
Em Masengo, a OMS estuda 20 casos suspeitos. Há outras suspeitas não confirmadas nas cidades de Kenge e Bukanga Lonzo, respectivamente a 210 km e 140 km da capital Kinshasa.
A religiosa que levou o vírus para Masengo é italiana e pertence a uma ordem da qual três freiras já morreram na epidemia. O terceiro caso aconteceu ontem.
Uma quarta freira contaminada pelo Ébola está internada em estado grave em Kikwit.
O governo do Zaire classificou Kikwit como "zona sinistra e impôs uma quarentena a todos os seus 500 mil habitantes.
O governo pediu à população para que observe as regras básicas de higiene "em todo lugar e em toda circunstância.
A infecção pelo Ébola, considerado um dos vírus mais mortais existentes, pode matar em nove dias, mesmo com tratamento. O índice de mortalidade em casos sem tratamento chega a 90%.
Ele provoca febre alta, hemorragias, fezes e vômitos com sangue. Surgem várias feridas pelo corpo.
A origem do vírus é desconhecida. Alguns virólogos acreditam que tenha surgido no interior de uma caverna no Quênia (África).
Não há tratamento ou vacina conhecida contra o Ébola.

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