São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 1995
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Presidente da CSN será escolhido hoje

DA SUCURSAL DO RIO

A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) elege hoje, às 14h, seu novo presidente, após um período de intensas disputas.
Elas envolvem as candidaturas do atual presidente, Sílvio Coutinho, apoiado pelo Clube dos Empregados da usina (10,5% do capital da empresa), do qual é presidente, e pelo grupo Vicunha (9,2% do capital), e a de Marcos Jacobsen, apoiado pelo Bamerindus (9,1% da CSN).
O governo federal foi acusado de tentar interferir no processo a favor de Jacobsen, determinando que a Vale do Rio Doce (9,4% do capital) apoie sua canditatura.
O secretário-geral do Palácio do Planalto, Eduardo Jorge Pereira, teria ligado para o presidente da Vale, Francisco Schettino, pedindo apoio a Jacobsen sob alegação de que isso agradaria a Força Sindical, central que está apoiando a reforma constitucional proposta pelo governo, A CSN foi privatizada em abril de 1993.
A troca do atual presidente, Sílvio Coutinho, exige maioria de dois terços dos votos dos cinco acionistas controladores da empresa: Clube CSN, dos empregados da empresa; Vale do Rio Doce; Vicunha; Bamerindos; e Emesa (1%). O peso de cada um depende de sua participação no capital.
A Vale do Rio Doce informou que a orientação aos seus representantes no Conselho de Administração da CSN sempre foi para votar com os empregados e que não há nenhuma ordem de mudança.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, Luiz Oliveira Rodrigues, disse que a Força Sindical, à qual o sindicato é filiado, jamais apoiou outro candidato que não Coutinho.
Rodrigues disse que o líder da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros, telefonou ontem para ele dizendo que o candidato da central é o candidato do sindicato.
Rodrigues afirmou que a reeleição de Coutinho, no cargo há 15 meses, "está garantida" e que o próprio Marcos Jacobsen lhe disse na semana passada que apoiava a reeleição. Coutinho acumula a presidência com o cargo de diretor de Operações da CSN.
A busca de apoios para a manutenção de Coutinho à frente da siderúrgica chegou até o bispo da Volta Redonda, d. Valdir Calheiros, que disse ter sido procurado pelo novo presidente do Conselho de Adminstração da CSN, Benjamin Steinbruck (Vicunha).

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