São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 1995 |
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O esgrimista
WILSON BALDINI JR No último sábado o boxe deu uma mostra do motivo pelo qual é conhecido como ``a nobre arte". A vitória do norte-americano Oscar de La Hoya, por nocaute no segundo round, frente a Rafael Ruelas, é um marco neste esporte.Neste dia, com certeza, os amantes do boxe viram o surgimento de um dos grandes pugilistas de todos os tempos. Não pelo título unificado dos leves (FIB e OMB), mas pela demonstração de uma qualidade técnica invejável e do reconhecimento de seus próprios limites. Pela primeira vez, em três anos de profissionalismo, La Hoya atuou no contra-ataque. Talvez com receio de que os fortes golpes de Ruelas pudessem causar danos no seu frágil queixo, que não tem resistência a socos bem colocados. Dentro dessa tática, La Hoya foi perfeito. Além disso, presenteou os aficionados na ``nobre arte" com uma postura reta, jogando o boxe com todos os ingredientes de um grande campeão. Ao mesmo tempo, valeu como um desabafo pessoal deste californiano de 22 anos que carrega, desde a Olimpíada de 92, a honra do boxe norte-americano. La Hoya terminou uma brilhante carreira no amadorismo com a medalha de ouro no peito. A única dos EUA em Barcelona. Foram 228 lutas, apenas 5 derrotas e 153 nocautes. É bom lembrar que um destes foi contra o brasileiro Adilson Silva, em Barcelona. Os combates são disputados em três roundes de três minutos e os pugilistas usam protetores de cabeça. O marketing foi total. Ao assinar seu primeiro contrato profissional, La Hoya recebeu US$ 500 mil, um apartamento de quatro suítes, um carro e uma pick-up. Ao debutar no profissionalismo, contra o anônimo Lamar Williams, o Golden Boy faturou US$ 200 mil. Detalhe: Bruce Seldon recebeu US$ 350 mil para ficar com o título dos pesados da AMB, em abril último. Muito dinheiro? Não. Pelo menos para o empresário Bob Arum, que pretende presentear seu pupilo com US$ 10 milhões até o final deste ano. E, lógico, colocar na sua conta bancária cerca do triplo desta quantia. La Hoya, que recebeu US$ 3 milhões para vencer J.J. Molina e Rafael Ruelas este ano, planeja conseguir mais cinco cinturões nos próximos três anos, alcançando a categoria dos supermédios. Físico e altura (1,80 m), La Hoya possui de sobra. Resta saber se a fama, o dinheiro e as falsas amizades não atrapalharão. Texto Anterior: Patrocínio é fundamental para o atletismo Próximo Texto: Notas Índice |
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