São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 1995
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Mitterrand entrega cargo na quarta

ANDRÉ FONTENELLE
DE PARIS

O governo francês anunciou ontem a data da posse de Jacques Chirac como presidente: quarta-feira, 17 de maio.
A data será oficializada assim que for proclamado o resultado final da eleição presidencial do último dia 7. O conservador Chirac teve 52,6% dos votos, contra 47,4% do socialista Lionel Jospin.
O mandato de François Mitterrand termina oficialmente em 20 de maio, mas o presidente, que sofre de câncer na próstata, decidiu antecipar a transmissão do cargo.
Ontem Mitterrand aceitou a renúncia do primeiro-ministro Edouard Balladur, que continuará no cargo até que Chirac indique seu sucessor -provavelmente o atual ministro das Relações Exteriores, Alain Juppé.
Em entrevista ao jornal "Le Monde, Balladur defendeu seus dois anos de governo. "A França vai melhor. Agora podemos ir mais longe.
Candidato derrotado na eleição presidencial (teve 18,5% no primeiro turno), ele disse que não falará sobre política até o segundo semestre.

Paris
Desde o último domingo, Chirac, que é prefeito de Paris, vem encontrando seus aliados em seu gabinete na prefeitura, para discutir a formação do governo.
Um desses aliados, o ministro da Cultura, Jacques Toubon, desistiu ontem de se candidatar à prefeitura. A eleição será no mês que vem.
O presidente eleito o teria feito renunciar em favor do vice-prefeito, Jean Tiberi, escudeiro de Chirac na prefeitura e, portanto, candidato "natural.
Em troca, Toubon ganharia um superministério no futuro governo.
Chirac é prefeito de Paris há 18 anos. Ele transformou a capital francesa em seu reduto eleitoral. Teve 60% dos votos válidos no segundo turno, domingo passado, contra 40% de Jospin.
Os partidos de esquerda devem se coligar, já no primeiro turno da eleição municipal, para tentar derrotar o candidato "chiraquiano.
Bertrand Delano‰, um conselheiro (espécie de vereador), será o candidato dos socialistas.
Curiosamente, Chirac acumulará por alguns dias a Presidência da República e a prefeitura de Paris, o que a Constituição francesa permite. Ele deve renunciar à prefeitura alguns dias depois da posse. Seu sucessor interino será eleito pelos conselheiros.
Jospin medita sobre seu futuro político. O primeiro-secretário do Partido Socialista, Henri Emmanuelli, lhe ofereceu seu cargo.
Jospin, que não ocupa nenhum cargo importante, já lhe teria dito que não postula a liderança do partido. Ele quer liderar a oposição, mas ainda não decidiu como.

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