São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 1995
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Expectativa com eleição esfria a economia

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

Os consumidores argentinos estão em compasso de espera em relação ao resultado das eleições presidenciais de domingo.
Como temor de mudanças na economia ou desvalorização do peso, evitam contrair dívidas.
A Câmara de Comércio Argentina informa que as vendas no comércio varejista despencaram 30% no mês de abril. Nos primeiros quatro meses do ano, cerca de 40 mil estabelecimentos comerciais foram fechados no país.
Um bom indicador da cautela do consumidor argentino é a queda de 30% em abril, em relação ao mês anterior, da venda de veículos, de acordo com dados da associação de montadoras.
Esta redução significa que foram vendidos 26 mil carros a menos em abril do que em março.
O uso de cartão de crédito, mania argentina após a implantação do plano de estabilização, em abril de 1991, também apresenta uma diminuição de 20%.
Os argentinos temem uma desvalorização do peso argentino em relação ao dólar. Desde abril de 91, um peso vale um dólar.
Se isto acontecesse, haveria aumento das dívidas contraídas em dólar. Ontem, houve filas em bancos para saque de depósitos.
Outra apreensão é a provável edição de um novo pacote de medidas fiscais para equilibrar as contas públicas, reordenar o sistema financeiro e garantir o pagamento de encargos da dívida externa de mais de US$ 5 bilhões, que vence em 1995.
O presidente Carlos Menem e o ministro da Economia, Domingo Cavallo, tentaram tranquilizar os eleitores no último dia de campanha. Menem disse que não aumentará os impostos se ganhar.
O candidato da Frepaso, José Octavio Bordón, reafirmou que manterá o câmbio.
Cavallo negou um novo ajuste fiscal. Na prática, a assessoria dele já estuda um novo cardápio de medidas para permitir cumprir as metas do FMI.
(SM)

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