São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Epidemia do Ébola se espalha pelo Zaire

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Especialistas da OMS (Organização Mundial da Saúde) confirmaram que a epidemia de febre hemorrágica africana, causada pelo vírus Ébola, já se espalhou para pelo menos duas cidades do Zaire.
A OMS confirmou também que uma pesquisadora na Suíça se infectou com o vírus enquanto trabalhava na Costa do Marfim, no ano passado. Ela foi levada para a Suíça, onde ficou sob observação.
Especialistas informaram que se trata de caso único tanto no país do Oeste africano quanto na Suíça. A cientista, não identificada, sobreviveu à infecção.
Na Itália, duas mulheres que voltaram do funeral da irmã, uma freira que morreu após ser infectada no Zaire pelo Ébola, estão em quarentena no Hospital Riuniti, em Bérgamo (Itália).
A reclusão deve durar pelo menos duas semanas. Elas ainda não apresentaram nenhum sintoma.
Segundo os médicos, elas não podem ter infectado outras pessoas, porque isso só é possível após o surgimento dos sintomas.
Duas outras freiras, da mesma ordem religiosa, já morreram, e uma quarta está internada em estado grave. Uma quinta religiosa começou a exibir sintomas ontem.
Médicos acreditam que a epidemia no Zaire vai se alastrar e causar mais mortes. O governo zairense anunciou que vai estender a quarentena a uma área de raio de 190 km a partir de Kikwit, o foco da epidemia.
Ontem, mais cinco pessoas morreram. Segundo a OMS, são 48 vítimas fatais. O governo do Zaire havia anunciado 90 mortos.
Jacques Muyembe, chefe do Departamento de Virologia da Universidade de Kinshasa (capital do Zaire), disse em Kikwit que a epidemia é potencialmente mais séria que a ocorrida em 1976.
Naquele ano, o Ébola matou centenas de pessoas em Yambuku, que fica no mesmo país.
Especialistas em Kikwit pediram o fim da quarentena.
"Ela causa pânico e, se as pessoas quiserem sair, elas o farão, disse Margaretha Isaacson, cientista que deu o nome ao vírus.
O Ébola pode matar em nove dias. O índice de mortalidade chega a 90%. A transmissão se dá pelo ar e por sangue. Não há vacina ou tratamento conhecido.

Texto Anterior: Valencia vem a São Paulo para pré-temporada
Próximo Texto: Brasil faz vigilância
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.