São Paulo, sábado, 13 de maio de 1995
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Analista sofria de depressão

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia acredita que a depressão pode ter levado o analista de sistemas José Wagner Pereira Carvalho, 42, a matar a mulher e cometer o suicídio. Segundo parentes, ele tomava antidepressivos havia alguns anos e costumava beber muito.
Para o psicoterapeuta Wimer Bottura Júnior, 47, especialista em tratamento de dependentes químicos, é pouco provável que a mistura do remédio com o álcool tenha ocasionado o crime.
``Só em alguns casos, a mistura pode causar delírios. O mais comum é a ocorrência de parada respiratória." Para ele, é mais perigoso a pessoa ``morrer do que matar" nestes casos.
Segundo Bottura Júnior, pode ter havido insuficiência no tratamento. ``Quando a dose é baixa, o tempo de uso é curto ou descontinuado, o paciente pode ficar ansioso, por não conseguir progressos no tratamento. Isto poderia reforçar a idéia de suicídio", disse.
Outra hipótese levantada por Bottura Júnior é o efeito retardado do remédio. ``Muitas vezes, o remédio pode aumentar a atividade orgânica do paciente sem elevar o humor, aumentando a possibilidade de ele cometer uma violência."
O analista de sistemas estava em seu segundo casamento. Ele morava há oito anos com Márcia Cristina Pandolfi. No ano passado, o casal teve o primeiro filho.
Carvalho era separado da primeiro mulher, com quem tinha uma filha de 13 anos. A menina mora com a mãe.
O analista já teria tentado o suicídio duas outras vezes. Uma delas, teria sido através da ingestão de antidepressivos.
Ele tinha porte (autorização para andar com arma) do revólver calibre 38 que usou no crime, mas seus familiares não sabiam que ele tinha essa arma em casa.
O zelador do prédio onde o casal morava, José Ilzo Barreto dos Santos, 39, disse que o analista bebia muito e que a mulher ``tratava bem as pessoas do prédio".

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