São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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Programa teve início com Juscelino

DA REDAÇÃO

O programa nuclear começou no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), que criou a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) em 1956.
Em 1960, Juscelino determina a realização de estudos para a construção de uma usina nuclear na praia de Mambucaba, em Angra dos Reis (RJ). Ficou no papel.
Em 1967, o governo se recusa a assinar o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
Em maio de 1971, a Westinghouse vence a concorrência para o fornecimento de equipamentos nucleares para a usina nuclear em Angra dos Reis (RJ). O contrato é assinado em abril de 1972.
Em 27 de junho de 1975, os ministros das Relações Exteriores do Brasil e da República Federal da Alemanha assinam o acordo de cooperação nuclear, que previa a transferência, para o Brasil, do ciclo completo do átomo.
Em 1978, o governo brasileiro acerta a compra de mais duas usinas do consórcio alemão KWU. Em 1980, a Nuclebrás anuncia a contratação da quarta usina alemã.
Em 1982, a usina de Angra 1 começa a produzir energia em fase de testes. Governo cancela as obras de Iguape 1 e Iguape 2 (SP).
Em 1985, o ministro das Minas e Energia, César Cals, inaugura oficialmente Angra 1.
Em agosto de 1986, a Folha revela que o governo estava construindo instalações subterrâneas para a realização de testes nucleares na serra do Cachimbo (PA).
No mês anterior, tinha sido concluído um poço com 320 metros de profundidade e um de diâmetro, revestido de aço e concreto.
Em setembro, o presidente da Cnen, Rex Nazareth, confirma que o Brasil estava desenvolvendo um programa nuclear paralelo.
Em dezembro, a Folha revela que a Cnen possuía contas secretas no Banco do Brasil -uma delas denominada Delta Três-, que movimentavam recursos destinados ao programa nuclear paralelo. Menos de um mês depois, a Cnen fecha as contas secretas.
Em 1988, o Ministério da Marinha inaugura o Centro Experimental de Aramar, em Iperó (SP), onde funcionará a unidade de enriquecimento de urânio para futuro submarino nuclear.
Em 1988, o presidente Sarney extingue a Nuclebrás, criando uma nova empresa: Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
O programa paralelo é fundido ao programa oficial. Em 1990, Fernando Collor fecha o buraco na serra do Cachimbo. Em 1994, o Brasil adere ao Tratado de Tlatelolco.

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