São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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Empresas dão novo fôlego à educação física

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Empresas que jamais contratariam profissionais graduados em educação física e esportes começam a empregar formados na área.
``O mercado está se abrindo cada vez mais", afirma Rosa Maria Mesquita, 41, professora de educação física da USP (Universidade de São Paulo), responsável pelos estágios supervisionados.
Apesar de não haver pesquisas sobre como o mercado absorve os cerca de 5.000 novos profissionais que ingressam na carreira todo ano, Rosa Maria aposta nas áreas de RH (recursos humanos).
``A Gessy Lever, por exemplo, desenvolve um trabalho junto aos profissionais que carregam peso", exemplifica a professora da USP.
``Alguns eventos antes considerados só esportivos hoje fazem parte de atividades lúdico-recreativas de gerenciamento."
Na opinião dela, as ``boas academias" -leia-se grandes redes- ainda não estão com o mercado de trabalho saturado.
``Temos alunos trabalhando em hospitais, programas de ginástica em empresas e até prestando serviço de consultoria", afirma Edson de Jesus Manoel, 35, chefe do Departamento de Pedagogia do Movimento do Corpo Humano, também da USP.
Seguindo a tendência de crescimento do mercado, duas universidades públicas de São Paulo inovaram nos últimos três anos e criaram novos cursos.
Em 92, a USP criou o de esporte, cuja diferença básica em relação ao curso de educação física é o trabalho relacionado a competição e rendimento.
``Educação física é mais voltada para educação e ensino", explica Valdir Barbanti, 47, coordenador do curso de esporte da USP, que vai formar a primeira turma no final deste ano.
Outra novidade foi a criação do curso noturno de educação física na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). A seleção é feita no final do ano, através do exame da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular).
O curso de esporte da USP, que é ligado à Escola de Educação Física, procura formar profissionais para uma área, segundo Barbanti, ainda pouco explorada -a abordagem teórica de esportes poucos divulgados no Brasil.
``Várias categorias precisam de pessoas mais competentes, que tenham passado por estudo, graduação, universidade", diz o coordenador, que dá como exemplos esportes como canoagem, tênis e saltos ornamentais.
Segundo ele, por conta dessa carência de profissionais no mercado, cerca de 50% já devem sair da faculdade no final deste ano com emprego garantido.
Outra tendência da área é oferecer o ``personal training", ou seja, treinamento personalizado, que pode proporcionar uma renda muito maior do que o trabalho em uma academia, por exemplo (leia texto abaixo, à direita).
Quem está apostando nessa linha é Rosalina Aparecida de Carvalho, 36, orientadora pedagógica do colégio Radial, o único de São Paulo a oferecer curso técnico -equivalente ao segundo grau- de desportos.
``O mercado tem se ampliado devido não só ao culto do corpo, mas também à preocupação com a saúde", analisa Rosalina.

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