São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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Parcerias fortalecem empresas

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pequenas empresas do mesmo setor estão se associando para conquistar uma parcela maior de mercado, deixando de lado as diferenças criadas pela concorrência.
Os objetivos das associações para fins econômicos se assemelham aos de uma cooperativa -a busca de benefícios comuns-, mas esse conceito não pode ser usado para empresas (leia texto ao lado).
``O trabalho em grupo pode aumentar o poder de barganha das pequenas empresas. Essa é uma prática comum na Europa e na Ásia", afirma Gilberto Gallucci, 47, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo).
O consultor diz que é necessário fazer um estudo de viabilidade econômica para descobrir qual o número mínimo de associados.
Para criar uma associação é necessário que o microempresário encontre parceiros do mesmo ramo dispostos a operar em conjunto.
A constituição da associação deve ser em uma assembléia geral com a participação dos integrantes, de onde deve sair uma ata.
O passo seguinte é registrar a entidade em um cartório de Registro de Títulos e Documentos.
Além disso, os empresários devem escolher um presidente e criar uma empresa de sociedade limitada, que irá se responsabilizar pelas ações comerciais da entidade.
Uma das vantagens da união, segundo Gallucci, é fazer compras em grande quantidade e ``conseguir descontos".
É possível ainda fazer transporte de produtos e obter empréstimos em conjunto ou informatizar todas as empresas em uma única rede.
A Multidrogas, rede de 40 farmácias de São José do Rio Preto e região (451 km a Noroeste de São Paulo), é uma associação que faz compras para todos os associados.
José Vitório Damaceno, 46, presidente do Idem (Instituto de Desenvolvimento Empresarial) -responsável pela criação da Multidrogas-, diz que, nas compras conjuntas, a rede conseguiu oferecer descontos de 45%.
A fachada de todas as drogarias foi reformada e passou a usar a marca Multidrogas. As despesas foram partilhadas. Cada uma gastou R$ 1.180 em seis meses.
A Centralsuper reúne 92 micro e pequenos empresários de São Paulo do setor de galvanoplastia (tratamento de superfícies metálicas, como cromagem de peças).
Marco Antônio Barbieri, 39, presidente, diz que a entidade surgiu para resolver questões técnicas. ``Precisávamos tratar os efluentes (resíduo industrial)."
Em parceria com Sebrae e IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) encontramos a solução", afirma Barbieri.
Existem também associações informais. A Rede Cooperada Holiday Tours tem 22 associados.
Eles compram passagens aéreas e pacotes de viagem de um único atacadista, a Holiday Tours.
Cada agência continua independente. Tem apenas de comprometer parte das compras com o atacadista. A Stellare é uma das cooperadas. José Avelino, dono, diz que a empresa ganhou mais força.
``Temos acesso à uma rede internacional de reserva de passagens, além de usarmos o mesmo programa de computador para administrar a agência."

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