São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
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CHAMONIX SPYDER 550i

GRACILIANO TONI
EDITOR DE VEÍCULOS

A réplica feita pela Chamonix do Porsche 550 -modelo para corridas produzido pela Porsche a partir de 1955- ganha mecânica mais atual e fica com desempenho excepcional.
É uma delícia guiar o carro, mais rápido que qualquer modelo nacional. Os dois primeiros colocados no ranking brasileiro de desempenho -Uno Turbo e Tempra Turbo, ambos da Fiat- ficam bem para trás em qualquer disputa com o Spyder 550i.
Além de acelerar melhor, o carro da Chamonix tem estabilidade imbatível, graças principalmente à suspensão traseira, desenvolvida para o Spyder.
Ela segue esquema patenteado na França em 1893, batizado de ponte De Dion (nome de seu inventor), basicamente formado por eixo rígido ligando as duas rodas traseiras, com o diferencial (que distribui o movimento do motor entre as rodas) preso no chassi.
Segundo Newton Masteguin, 33, sócio da Chamonix, a suspensão, derivada da usada em um carro japonês de competição, foi reprojetada para o Spyder com auxílio de computador. Depois de pronta, ficou em teste por um ano.
Está realmente muito bem acertada. Fora o saltitamento em piso irregular, comum em esportivos de verdade, sua ação é impecável.
Sem apelar para pneus de perfil (altura da lateral em relação à largura) ultrabaixo, que aumentariam ainda mais a estabilidade (com piora proporcional no conforto e maior risco de danos em buracos), o Spyder 550 consegue comportamento surpreendente.
Em qualquer tipo de curva, mesmo as mais fechadas, o carro fica grudado no chão.
Isso é mesmo necessário, porque o Spyder anda muito bem. A qualquer toque no acelerador, ele empurra com força.
O motor de 2.000 centímetros cúbicos do VW Santana, com injeção eletrônica multiponto, tem praticamente o dobro de potência do que o motor de Fusca usado nas réplicas normais do 550.
O carro é um convite à transgressão. Apesar de dócil o bastante para desfilar em baixa velocidade, o 550i é bom mesmo andando rápido -ou muito rápido.
O novo câmbio, de cinco marchas, permite usar melhor a potência extra disponível. Houve perda na precisão do engate de marchas na transferência do câmbio para sua nova posição -no Santana, o motor é dianteiro, e no Spyder, central (entre os dois eixos).
Os poucos centímetros que separam o motor da cabeça do motorista do Spyder garantem que ele possa sempre ouvir seu barulho, alto, mas agradável.
Para criar o Spyder 550i, a Chamonix cometeu pequenas -mas perdoáveis- heresias. A mais gritante está na escolha das rodas, sem a menor identificação com o modelo. Segundo Masteguin, o desenvolvimento de rodas de aro 15 exclusivas para o modelo exigiria tempo e dinheiro em excesso.
Outra alteração em relação ao 550 original é a colocação de protetores -chamados de santantônios- cromados para os ocupantes, úteis em caso de improváveis capotagens.
O carro é fornecido também em kit, só com carroceira, chassi e suspensões, por R$ 5.800.

ONDE ENCONTRAR
Chamonix - tel. (011) 273-3150

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