São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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Bombas, drogas, redes

MARIA ERCILIA
EDITORA-ADJUNTA DO MAIS!

Bombas, drogas, redes. Parece tão óbvio que se superponham. Terrorismo e narcotráfico já são redes em si há muito tempo. Precisam de tudo o que a Internet oferece: silêncio, rapidez, anonimato, acessibilidade. Também são estruturas tentaculares, também querem envolver o mundo.
Tudo isso desperta uma certa paranóia, que afinal pode ser definida como o temor de que tudo esteja -literalmente- conectado. O "inimigo externo americano nunca foi tão interno.

Coisas pensantes
"Coisas que Pensam (Things that Think) é um projeto do Massachusetts Institute of Technology que será formalmente apresentado hoje nos EUA. Os projetos incluem sapatos que calculam a distância que a pessoa precisará andar até determinado lugar, óculos que ajustam o foco de acordo com o lugar para onde se olha, roupas que testam funções vitais e assim por diante.
"A onipresença do computador vai fazer os objetos parecerem mágicos, afirmou um professor do MIT.
Mágica cara. O MediaLab, que cuida do projeto, recebe US$ 20 milhões por ano de patrocinadores tipo Cartier e IBM.
É quase inevitável perguntar se as coisas que pensam são o acessório ideal para pessoas que não pensam.

Vanguarda do atraso
Mas nós aqui no Brasil não precisamos esquentar a cabeça com esses problemas. Temos os nossos próprios, que não têm esse jeitão de ficção científica.
Por exemplo: agora as senhas da Embratel ficaram para junho. Essa história está sendo empurrada com a barriga.
Porém na Embratel me garantem que a empresa tem condições de atender os 25 mil cadastrados na sua fila de espera. O problema seria o Ministério das Comunicações, que ainda não resolveu quem administra o quê na Internet brasileira.
Ou se resolveu, não está contando para ninguém. O ministro Sérgio Motta já declarou, no seu estilo tonitruante, que a "Embratel não vai ser um BBS, na sua entrevista ao Jô Soares na semana passada.
Mas continuamos sem saber quando e como e por quanto vai ser fornecido o acesso à Internet. Até quando?

Brazil
Aquele filme inglês, "Brazil, tem um verdadeiro culto na Internet, por causa de seu futurismo sombrio. Um dos computadores que armazenam informações sobre o filme contém o porquê do nome: "eu tinha essa imagem de uma pessoa numa praia cinzenta, ouvindo uma daquelas canções latinas escapistas. E, é claro, há o tema da burocracia, é o que diz o diretor Terry Gilliam.
"Brazil venceu várias outras sugestões de títulos, como "Chaos, "What a Future! (Que Futuro!) e "Lord of the Files (Senhor dos Arquivos).

O e-mail para correspondência com a coluna NetVox é folha@sol.uniemp.br

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