São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
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Categoria apela para ACM

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os petroleiros apelaram ao senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) para que ele faça uma intervenção no sentido de negociar o fim da greve com a Petrobrás.
O governo endureceu ainda mais as negociações e se recusa a conversar com os grevistas. O ministro das Minas e Energia, Raimundo Britto, disse ontem que não há o que negociar.
O deputado Haroldo Lima (PC do B-BA) pediu a ACM para intervir junto ao ministro Raimundo Brito, seu amigo pessoal, e conseguir do governo a disposição para discutir as reivindicações com os grevistas.
O presidente da Câmara dos Deputados, Luis Eduardo Magalhães (PFL-BA), filho de ACM, também foi consultado.
O senador não se posicionou em relação à paralisação dos petroleiros. Ele se comprometeu a levar o pedido a Raimundo Brito.
``O governo não está fazendo queda-de-braço. Não é uma questão de negociar agora. Quando os petroleiros voltarem ao trabalho se conversa", afirmou.
O presidente da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antônio Carlos Spis, disse que as distribuidoras de gás são responsáveis pela falta do produto. Ele afirma que os trabalhadores estão cumprindo as exigências mínimas de produção.
Ele acusa as distribuidoras de esconderem gás de cozinha para cobrar ágio. ``Os sindicatos regionais estão avaliando a necessidade de produção. A grande procura está relacionada às distribuidoras que querem cobrar ágio."
Uma das armas que a FUP diz possuir é uma lista, que já teria mais de 18 mil assinaturas, de demissão coletiva. Ou seja, se o governo demitir algum petroleiro, todas as pessoas que assinaram a lista abandonariam o emprego.
Os líderes dos partidos que apóiam o governo articulam a abertura de negociações do Palácio do Planalto com os petroleiros grevistas.
O líder do PFL na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE), disse que é possível resolver o impasse desde que o governo se comprometa a reabrir as negociações. ``Eu acredito que esta proposta pode ser aceita: os trabalhadores voltam ao trabalho com o compromisso do governo discutir as reivindicações."
O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), disse que a iniciativa do parlamento é que as duas partes sentem para conversar.
Protesto
Os petroleiros fizeram uma manifestação em frente à sede da Petrobrás, ontem, no Rio. Participaram cerca de 600 pessoas, segundo a Polícia Militar (ou 2.000, de acordo com a FUP).
Os petroleiros encenaram a peça "O Príncipe de Sorbonne", na qual o presidente Fernando Henrique Cardoso aparece como vampiro.

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